Projeto Político Pedagógico

Projeto Político Pedagógico 2022

Jaguaquara – BA

Março de 2022

Clique aqui para baixar o Projeto Político Pedagógico 2022 em formato PDF

QUEM SOMOS

 

COLÉGIO BATISTA TAYLOR-EGÍDIO

ADMINISTRAÇÃO GERAL

NOMES E FUNÇÕES – 2022

 

Diretora

Sonilda Sampaio Santos Pereira

Administradora financeira

Deise Magali de Souza Santana

Administrador patrimonial e professor (arte)

Magno Augusto Job Andrade

Secretária

Carmelita Oliveira de Souza

Mecanógrafa

Sueli Barbosa Nascimento Praxedes

Assistente da docência

Manoel Batista

 

Coordenadora Pedagógica da Educação Infantil

Jennifer Santos Gomes

Coordenadora Pedagógica do Ensino Fundamental – Anos Iniciais

Alessandra dos Reis Oliveira

Coordenadora Pedagógica do Ensino Fundamental – Anos Finais

Vilmaci dos Santos Dias

Coordenadora Pedagógica do Ensino Médio

Élynna Emília Ribeiro Barros

Auxiliar das Coordenações pedagógicas

Elitânia de Azevedo Pereira

 

Auxiliar da administração geral

Silaine Santos de Jesus

Motorista e auxiliar da administração do patrimônio

Nilton Souza dos Santos Filho

Porteiro

Genivaldo dos Santos Pereira

Serviços Gerais em limpeza e jardinagem no campus

Diego Silva Oliveira

Serviços Gerais em limpeza/jardinagem e portaria no Ginásio de Esportes

Vandelson de Souza Bispo

Serviços Gerais – Prédio 1

Eliane Santos Soares

Serviços Gerais – Prédio 2

Luzinei dos Anjos Almeida

 

DOCENTES NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Adailma Soares Santos

Analu Sampaio das Neves Ribeiro

Elisamar Brito dos Santos

Marinilda Almeida Vieira Souza

Maryvane Araújo Barbosa

Névia Oliveira Ramos

Sandra Regina Freitas da Silva

Valdilene Ferreira dos Reis

 

DOCENTES NO ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS

Alinete Xavier Santos

Adilene Costa Almeida Santos

Daniela Novaes Oliveira Gomes

Josivania Ferreira Barbosa

Liliane Lopes Lima

Nidiã Gabriela da Silva

Vivia Carla Macêdo das Mêrces

 

DOCENTES NO ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

Adriana Barreto Scotti

Alex José Ramos dos Santos

Hildacy da Silva Mota Dias

Iomara Damasceno Bastos

Israel Carlos Pereira dos Santos

Naiara Ferreira dos Santos

Nidiã Gabriela da Silva

Sandra Martins de Souza

Vladimir de Mendonça Brasil

Wallace Sousa de Moura

 

DOCENTES DO ENSINO MÉDIO

Ademilton Dantas Sousa Júnior

Alex José Ramos dos Santos

Deizon Coelho da Silva

Hildacy da Silva Mota Dias

Israel Carlos Pereira dos Santos

Lindoval Santana Rangel

Renata Ribeiro Simplicio

Vladimir de Mendonça Brasil

Wallace Sousa de Moura

 

EQUIPE DE EDUCAÇÃO FÍSICA NOS QUATRO NÍVEIS

Kleitan Karla Barreto Pinheiro

Rodrigo José Melo Pereira

 

DOCENTE RESPONSÁVEL PELO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (AEE)

Adriana Barreto Scotti

DOCENTES RESPONSÁVEIS PELAS LECÇÕES DOS ANOS FINAIS E DO ENSINO MÉDIO

Alcione Santos Silva

Alzeny Santos

 DOCENTE EMPRESTADO PARA A ERTE

CONFORME PORTARIA Nº 01 DE 06.02.2019 DO CBTE

Lourival Brito Guimarães

 

ARTICULAÇÃO DO TEXTO E ASSESSORIA À BASE LEGAL

DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO EM 2018

Profa. Dra. Daniele Farias Freire Raic – DCHL/UESB

 


APRESENTAÇÃO HISTORIADA

APRESENTAÇÃO HISTORIADA

O Colégio Batista Taylor-Egídio (CBTE) vem se constituindo a cada ano como um espaço educativo comprometido com a formação da pessoa humana em sua integralidade, cujos princípios emanam tanto dos postulados cristãos quanto das práticas pedagógicas de matrizes libertadoras, interrelacionadas. 

No ano de 2017, Ano da Esperança para o CBTE, a direção juntamente com a equipe pedagógica, ouvindo a comunidade escolar, envidou esforços no trabalho de construção e sistematização do seu Projeto Político Pedagógico (PPP) no sentido de promover e consolidar importantes alterações na proposta formativa da escola, as quais vinham emanando e se fortalecendo desde outubro de 2013, reafirmando assim, mais uma vez, o seu compromisso político, social e, sobretudo, ético com a formação da pessoa humana. A intenção é manter-se como um espaço sempre aberto às atualizações que a educação, em tempos de profunda complexidade, vai imprimindo àqueles que lutam pela construção de um mundo melhor e possível para todos.

Guiado pela intenção de manter-se aberto às atualizações a partir dos movimentos da vida, neste ano de 2022, após o segundo ano de pandemia por conta do coronavírus (COVID – 19), o CBTE abre-se para (res)significar suas práticas sustentadas em suas crenças com as singularidades de um tempo inusitado, quando a educação online se impôs e convidou a todos a outras possibilidades e reflexões.

Orientado pelos princípios éticos e morais cristãos, o Colégio Batista Taylor-Egídio, de natureza confessional, compromete-se com a efetivação de uma educação integral alinhada à pedagogia libertadora, reafirmando, assim, a cada ação, a firmeza de seus propósitos educativos, quer na educação presencial, híbrida ou totalmente online.

A proposta aqui sistematizada traz em seus fluxos uma história pedagógica que já ultrapassou os primeiros cento e vinte e três anos, construída dialogicamente com a participação de todos aqueles que direta e indiretamente contribuíram/contribuem com a escrita e reescrita dessa história, ao longo de mais de doze dezenas de anos. Nessa trajetória, as experiências vivenciadas, discutidas e refletidas nos permitem perspectivar novos passos em direção à proposição pedagógica que tem como princípio primeiro a formação humana em sua multidimensionalidade e por meio das muitas possibilidades do fazer educação.

Desse modo, esse documento procura constituir-se num registro do que pretendemos ser, mas, certamente, se apresenta com profundo respeito e valorização a toda a história que o antecede, construída por sonhos, lutas e trabalhos diários de todos que a compuseram e a compõem. Para nós, mais do que um projeto que quer continuar lançando-se ao futuro, é um trabalho que busca um diálogo constante com o que nos trouxe até aqui, cujas itinerâncias nos abrem para novos horizontes de desejos.  Sem dúvida, um PPP que se mostra escrito e circunstanciado historicamente, pois, se muito já fizemos até aqui, muito ainda podemos fazer diante dos movimentos vitais que nos surpreendem a cada contorno histórico.

Este documento se encontra organizado em seções que se complementam e se interconectam, assim apresentadas: 

  • Parte I – Nossa presença no mundo, com o mundo, na qual estão apresentadas a visão, a missão e os valores pedagógicos do Colégio Batista Taylor-Egídio, bem como os pilares que sustentam a prática escolar cotidiana;
  • Parte II – Nossas vozes entrecruzadas anunciam um mundo “outro”, em que são anunciadas as concepções filosóficas e políticas que buscamos construir considerando o papel formativo da escola;
  • Parte III – A escola que construímos ao longo de mais de um centenário… de onde partimos?, traz um breve diagnóstico da escola referendado a partir das observações, diálogos e registros do trabalho realizado ao longo dos anos que antecederam a construção e a sistematização desse Projeto Político Pedagógico (PPP);
  • Parte IV – A escola que nossas esperas nos mostram, apresenta à comunidade escolar as propostas pedagógicas e curriculares com vistas à formação da pessoa humana em suas multidimensionalidades, realizadas tanto na educação presencial, híbrida ou totalmente online.

Em tempo, afirmamos a limitação dessa proposta que, pelos fluxos em que se apoia nos movimentos da vida, já se anuncia como um documento inacabado, como a própria condição de inacabamento humano. Por isso, nos propomos a reavaliá-lo, incrementá-lo, questioná-lo e, se necessário, refazê-lo, a cada dois anos, como o fazemos neste ano de 2022, sendo impulsionados pelos desafios que a educação online/híbrida e “pós-pandêmica” se nos impõem e nos convidam a conhecer suas teorias, práticas, legislações e formações corporativas. Para tanto, elegemos Marco Silva (2012) como base para a sustentação teórica das nossas discussões e decisões pedagógicas.

Também, em tempo, esclarecemos o trabalho coletivo que resultou neste documento. Por ser coletivo, há, explícita e implicitamente, vozes de estudantes, familiares, docentes e servidores, daí a opção pela primeira pessoa do plural, embora tenha-se feito necessário o uso da impessoalidade, em alguns contextos do texto.

Direção


PARTE I - Nossa presença no mundo, com o mundo...

Parte I 

NOSSA PRESENÇA NO MUNDO, COM O MUNDO

1.1 COLÉGIO BATISTA TAYLOR-EGÍDIO: UM POUCO DESSA HISTÓRIA…

O atual Colégio Batista Taylor-Egídio (CBTE), embrionariamente, marca seu nascedouro com um fato pungente: guerra civil americana, período de 1861 a 1865. As experiências vividas por muitos cristãos norte-americanos durante e pós a referida guerra, lhes oportunizaram reflexões das mais profundas sobre o sentido da vida humana. A partir de suas conclusões, firmaram-se na decisão de entrega pessoal de suas vidas às missões.

Dentre as possibilidades de realização de missão, cristãos norte-americanos elegeram, também, o fazer educacional formal. Foram a vários países difundindo a

filosofia que encarnava a educação como arte, como ciência e, sobretudo como um processo de vida, pela vida e para a vida… Uma visão global sobre o mundo; uma visão de sociedade; uma visão sobre a comunidade e uma visão sobre a pessoa em suas dimensões intra e inter relacionais (ANDRADE, 1998, p. 27 – 8).

Com essa filosofia os missionários chegaram ao Brasil, em Salvador – Bahia, no ano de 1898. Fizeram-se representar por Zacarias Clay Taylor e sua segunda esposa Laura Taylor. A Laura “deve-se a fundação do Colégio Americano Egídio que veio a chamar-se Colégio Taylor-Egídio, primeiro colégio batista brasileiro” (op cit, p. 44). Chamou-se Colégio Taylor-Egídio por 115 anos (1898 – 2013). Em 2013, com Pr. Edvar Gimenes Oliveira na presidência da Convenção Batista Baiana (CBBa), quando da assunção na direção geral da Profa. Sonilda Sampaio Santos Pereira, foi assumido com o nome Colégio Batista Taylor-Egídio.

A inserção do Batista ao nome do Colégio era projeto que tramitava nas assembleias da CBBa há anos. O casal Taylor era batista e sustentado por uma junta norte-americana batista. Também carrega o nome Egídio porque o capitão Egídio Pereira de Almeida associou-se ao casal Taylor, viveu uma experiência de espiritualidade, converteu-se ao cristianismo evangélico batista e doou suas terras, em Jaguaquara, para a construção do Colégio.

A área de terra doada foi de, aproximadamente, 300 hectares onde funciona o Colégio desde o ano de 1922 quando da transferência de Salvador para Jaguaquara. Durante seus mais de cem anos, passou por momentos áureos e por privações. Esteve no auge e sofreu recaídas. Fez travessias em mares sossegados e enfrentou turbulências quase ao ponto de submergir. Contudo, sempre foi amparado por uma vocação sobrenatural que o conduziu ao avanço e às mais inusitadas vitórias.

Um dos ex-diretores do Colégio, Prof. Carlos Dubois, comparava-o a um barco que a cada ano desatraca para o período letivo e volta a atracar-se ao término das aulas. Assim, à semelhança de uma tripulação que rompe mar a fora, ano a ano, perfazendo atualmente um total de 124 anos, os “denodados guerreiros”, militantes da proposta educacional tayloregidiana, vêm rompendo obstáculos para manterem viva a ação educativa na perspectiva da integralidade do ser e da libertação humana.

Desde sua fundação, no século XIX, o Colégio Batista Taylor-Egídio mantém a sua excepcional visão do ser humano inteiro, compreendendo suas dimensões: cognitiva, física, laboral, cultural, social, psíquica, emocional, corporal, espiritual, relacional, afetiva, bem como as suas múltiplas e diversas inteligências. Por vezes realizou seu ideal educacional de compreender e agir com o referido ser; em outras vezes frustrou-se e precisou refazer o caminho, mas nunca apagou sua vocação primeira.

À guisa de uma contextualização, entre o final da década de 2010 até o ano de 2013, após a saída da direção geral da Profa. Stela Dubois, filha do casal Prof. Carlos Dubois e da Profa.Stela Câmara Dubois (estes dirigiram o Colégio por cinquenta e quatro anos, de 1938 a 1992), o barco quase naufragou e a poesia intitulada Meu Barquinho, “O vento balançou, meu barco em alto mar. O medo me cercou, e quis me afogar”, serviu-lhe de tema por traduzir aquela sua realidade.

Foi em meio à ventania que “balançava o barco em alto mar” quando, mais uma vez, volveu seu olhar para sua vocação primeira inspirada na “filosofia que encarna a educação como arte, como ciência e, sobretudo como um processo de vida, pela vida e para a vida”. Era outubro de 2013 e a CBBa tomou em suas mãos o leme, ousou posicionar-se como fiel entidade mantenedora, guardiã dos patrimônios materiais e imateriais do centenário colégio. A então diretoria da CBBa, presidida pelo Pr. Edvar Oliveira Gimenes, convidou a Profa. Sonilda Sampaio Santos Pereira para assumir a gestão e essa professora sugeriu que sua assunção fosse acompanhada pela vice-direção do Prof. Lourival Brito Guimarães.

Desde então, o Colégio tem caminhado respeitando suas vitórias brilhantes do passado histórico e perseguindo o ideal do enfrentamento das novéis demandas que os tempos contemporâneos impõem, inclusive os tempos pandêmicos e/ou pós-pandêmicos que o desafiaram à práxis pedagógica online e/ou híbrida. Para tanto, tem definido missão, visão, pilares, valores e objetivos a partir de concepções pedagógicas humanistas, libertadoras, conscientizadoras e colaborativas, pautadas na moral, na ética e nos princípios da educação cristã.

E, neste ano de 2022, o CBTE, amparado pelo Deus que o idealizou e o sustenta, além da sua estrutura administrativa/financeira/pedagógica totalmente modernizada e equilibrada, também apresenta a modernização e a manutenção da sua estrutura física, começando pela nova fachada da frente do Colégio; Ginásio de Esportes reformado; Cantina totalmente reformada; prédio restaurado para o novo Ensino Médio; laboratório de Ciências da Natureza reinaugurado; espaço para Educação Infantil mais adequado, inclusive com sala para crianças de um ano de idade.

1.2 NOSSOS COMPROMISSOS

O Colégio Batista Taylor-Egídio, reafirmando seu compromisso e responsabilidade social em educar crianças, adolescentes e jovens para habitarem e construírem, dialogicamente, novos mundos e novas realidades, apresenta-se às comunidades do município de Jaguaquara-BA e da região, como uma instituição social, política e eticamente comprometida com a formação da pessoa humana. Sua missão e sua visão se sustentam de forma efetiva nos pilares, nos valores e nos objetivos permanentes, resgatados da história mais que centenária pelos servidores atuais e que orientam as suas ações pedagógicas. A saber:

MISSÃO: Educar integralmente crianças, adolescentes e jovens do seu corpo discente.

VISÃO: Ser espaço de uma ação educativa integral, cujos princípios emanem dos postulados cristãos e, as práticas pedagógicas, das matrizes libertadoras.

PILARES:

  • Princípios éticos e morais cristãos;
  • Educação libertadora;
  • Pedagogia libertadora;
  • Firmeza de propósito.

Entendemos ser necessário documentar neste Projeto Político Pedagógico uma palavra explicativa sobre cada um dos pilares do Colégio Batista Taylor-Egídio:

  • Os princípios éticos e morais cristãos dizem respeito aos parâmetros norteadores de nossa vida. Como devemos proceder, diariamente, de acordo com a proposta formulada por Jesus Cristo (Mateus 5, 6 e 7). Aos princípios éticos e morais cristãos juntamos os da educação por princípios:
    • Princípio do Autogoverno – O governo de si próprio é um diferencial que nos distingue dos animais que apenas seguem instintos. O desenvolvimento desta habilidade gera em nós o domínio próprio, capacidade dada singularmente ao ser humano, que foi criado a imagem e semelhança de Deus para governá-la e O representar nesta terra.
    • Princípio da Aliança – enfoca o valor da união e tem por objetivo fortalecer os vínculos dos relacionamentos, baseados no amor.
    • Princípio da Individualidade – valoriza a singularidade de cada ser humano com o objetivo de que cada um se perceba como um ser único.
    • Princípio da Semeadura e Colheita – trata-se de permitir que se “colham os frutos” de cada atitude semeada, sendo elas positivas ou negativas, promovendo a consciência e responsabilidade por cada escolha que se faz.
    • Princípio do Caráter – caráter é a marca que identifica a personalidade de cada indivíduo. Uma marca é feita pela pressão de um material com saliências sobre outro que recebe os sinais de sua saliência. A vida nos oferece constantes situações de pressões que nos servem de oportunidades para superarmos os nossos próprios limites enquanto seres humanos.
    • Princípio da Mordomia – a palavra mordomia está relacionada ao ato de cuidar de algo que a nós foi confiado, neste sentido utilizamos deste princípio para gerar zelo, responsabilidade e organização quanto aos pertences utilizados em nosso dia a dia.
    • Princípio da Soberania – trata-se do reconhecimento da supremacia de Deus sobre todas as coisas. Tem por objetivo desenvolver no aluno o amor e a reverência à Deus, na pessoa de Jesus Cristo.

FONTE: https://colegioelshaday.com.br/educacao-por-principios

  • A educação integral é uma concepção de prática educacional que compreende a pessoa (tanto o estudante quanto seus familiares e servidores do Colégio) como um ser inteiro e busca contemplar todas as dimensões do desenvolvimento, a saber: cognitiva, laboral, cultural, social, psíquica, corporal, espiritual e afetiva, bem como às múltiplas e diversas inteligências humanas. Educação integral não é uma modalidade de educação, mas ‘é’ a própria definição de educação para o CBTE.
  • A pedagogia libertadora (Paulo Freire) propõe um ser humano livre e feliz, como quis Jesus Cristo. Também propõe que o espaço escolar seja um lugar onde todos se sintam livres de opressões, exercendo a cidadania de forma respeitosa e com alteridade. Dentre outras categorias, compreende:
    • Docência significativa na perspectiva da sala de aula invertida;
    • Práxis pedagógica de excelência em qualquer uma das possibilidades: presencial, híbrida e/ou online. Para a online, tendo como referência Silva (2012);
    • Avaliação processual, pensada a partir de dispositivos avaliativos pedagógicos, na perspectiva do Aprender para dizer;
    • Cumprimento do Tempo Real de Aula;
    • Horários estendidos, geminados, com aulas planejadas em sequências didáticas com metodologias ativas variadas, lúdicas e includentes;
    • Respeito aos turnos de fala e todas as outras possibilidades apresentadas por Pereira (2021).
  • Firmeza de propósito – Significa estar focado (a). Ser firme nos propósitos é mesmo que ter base e profundidade. Segundo os dicionários, propósito é alvo, meta, plano, intenção. Firme no propósito é mesmo que ser responsável pelo que pensa, planeja e diz. “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.” (Mt. 5:37).

VALORES

  • Educação por princípios morais e éticos cristãos, com base na educação por princípios.
  • Matriz pedagógica progressista, libertadora, conscientizadora, sociointeracionista, interativa e colaborativa;
  • Ser humano integral;
  • Relações humanas saudáveis;
  • Ambiência educacional proativa;
  • Múltiplos ensinos e múltiplas aprendizagens.

OBJETIVOS PERMANENTES

  • Manter fortalecida a finalidade primeira do Colégio Batista Taylor-Egídio: Educação integral por princípios cristãos;
  • Formar permanentemente as equipes administrativa e pedagógica nas visões:
    • Trabalhador da educação: educador
    • Trabalhador da educação cristã: um ser com missão
    • Um ser com missão: um ser sendo de sentido com propósito conforme os postulados de Victor Frank (2019, p. 144).
  • Praticar uma pedagogia amparada nas matrizes epistemológicas progressistas, libertadoras, conscientizadoras, sociointeracionistas e colaborativas, quer nas práticas presenciais, híbridas e/ou online;
  • Envolver permanentemente os estudantes, os pais e os servidores na construção dos paradigmas de excelência educacional:
    • Escola do respeito
    • Escola do compromisso
    • Escola da autogestão
    • Escola da autorreflexividade
    • Escola da colaboração
    • Escola da complementariedade
    • Escola da inclusão
    • Escola da alegria
    • Escola da paz
    • Escola da escuta sensível
  • Manter vivo o respeito da comunidade pelo Colégio Batista Taylor-Egídio, sustentando suas especificidades, singularidades, transparência, democracia e gestão organizada e proativa.

1.3 NOSSAS ESPERAS, NOSSAS PROPOSTAS… PARA QUE TRABALHAMOS?

[…]

Quem espera na pura espera

vive um tempo de espera vã.

Por isto, enquanto te espero

trabalharei os campos e

conversarei com os homens.

Suarei meu corpo, que o sol queimará;

minhas mãos ficarão calejadas;

meus pés aprenderão o mistério dos caminhos;

meus ouvidos ouvirão mais,

meus olhos verão o que antes não viam,

enquanto esperarei por ti.

Não te esperarei na pura espera

porque o meu tempo de espera é um

tempo de quefazer.

[…]

Estarei preparando a tua chegada

como o jardineiro prepara o jardim

para a rosa que se abrirá na primavera.

(PauloFreire, Canção Óbvia)

Partimos da compreensão de que esperar é uma ação que requer um trabalho contínuo de efetivo compromisso com o que se espera. Tal como nos diz Paulo Freire (1999, p. 11) no livro Pedagogia da Esperança:

Enquanto necessidade ontológica a esperança precisa da prática para tornar-se concretude histórica. É por isso que não há esperança na pura espera, nem tampouco se alcança o que se espera na espera pura, que vira assim, espera vã.

Nesse sentido, a nossa espera é esperança, é ação; uma espera que cultiva diariamente os resultados esperados, constituindo-se, portanto, num trabalho diário, persistente e continuado em todo o processo formativo. E, embora saibamos que a formação da pessoa humana não se mostra fragmentada, ainda assim, explicitamos nossas esperas, tanto no que refere aos estudantes, quanto aos docentes e funcionários, por categorias, afirmando, contudo, que elas se entrecortam, se complementam, se fundem.


Espera política


  • Desenvolver o compromisso com as pessoas e com a humanidade no sentido de favorecer a tomada de decisões que primam pelo bem comum;
  •  Fomentar a participação nos movimentos em defesa da construção de um mundo economicamente viável, socialmente possível e eticamente melhor;
  • Favorecer a formação de indivíduos ativos e proativos que se façam presença no mundo, com o mundo;
  •  Estimular a participação nos espaços de decisão a fim de promover o exercício democrático nas/das práticas cotidianas, dentro e fora da escola;
  • Buscar uma conscientização do que é participação colaborativa que se diferencia de descompromisso com as decisões coletivas, com as legislações e de “algazarra”, como bem disse Paulo Freire (2003, p. 73).

Espera social


  • Desenvolver o sentimento de corresponsabilidade com a construção de uma sociedade justa e igualitária, assumindo uma postura de defesa pela garantia dos direitos humanos e sociais para todos, indistintamente;
  • Desenvolver o sentimento de solidariedade com as pessoas e com o mundo, produzindo-o e nele agindo de maneira responsável, tanto com esta geração, quanto com as gerações futuras;
  • Desenvolver a percepção de si como sujeito histórico, fazedor de cultura e produtor de realidades, assumindo, desta maneira, suas ações na tessitura do mundo.

Espera cultural


  • Estimular o respeito às diferenças e aos diferentes, considerando as multirreferencialidades nos modos de ser e de existir no mundo, tal como o fez Jesus Cristo de Nazaré;
  • Fomentar a valorização e o respeito às diferentes culturas e suas expressões na sociedade;
  • Garantir o princípio da alteridade nas práticas sociais construindo realidades mais éticas e solidárias.

Espera humana


  • Incentivar o exercício ético e estético em seu ser e estar no mundo, respeitando as diferenças individuais e as expressões coletivas;
  • Incentivar o respeito, a tolerância e a justiça nas práticas sociais de convivência em grupo, construindo relações efetivamente humanas, inclusive cuidadoras das relações;
  • Incentivar a convivência humana entre os diferentes, reconhecendo e respeitando suas singularidades, suas opções religiosas, artísticas, partidárias etc, bem como suas particularidades não resultantes de opções, tais como etnia, classe social e outras.

Espera pedagógica


  • Estimular o trabalho de pesquisa, a curiosidade epistemológica e compromisso com o pensamento investigativo, tendo como culminância uma defesa pública de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da Educação Básica;
  • Incentivar as atitudes de problematização da realidade para conhecer e compreender seu(s) mundo(s), mobilizando saberes para transformação das realidades indesejáveis;
  • Contribuir com a formação crítica e criativa dos sujeitos em seus aspectos artísticos e literários, os quais vão ao passo e além das avaliações externas como vestibulares e Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM);
  • Comprometer-se com a partilha dos conhecimentos e saberes produzidos pela humanidade ao longo da história, de forma sistematizada e organizada, a partir das orientações do Sistema de Ensino adotado pelo Colégio, o qual tem sido nesta última década, o Sistema Positivo de Ensino (SPE), possibilitando novas aprendizagens;
  • Contribuir com o desenvolvimento dos sujeitos e sua preparação tanto para o espaço acadêmico quanto para o mundo do trabalho, de forma ética, crítica, criativa, de bom senso e compreendedora dos acordos coletivos e das legislações.

Espera espiritual


  • Dar continuidade à formação das equipes administrativa e pedagógica nas visões:
    • Trabalhador da educação: educador
    • Trabalhador da educação cristã: uma pessoa com missão
    • uma pessoa com missão: um ser sendo de sentido com propósito, conforme os postulados de Victor Frank (2019, p. 144);
  • Fortalecer a concepção de ambiência educacional comprometida com os princípios de Jesus Cristo e com a finalidade primeira do Colégio Batista Taylor-Egídio que é educar a partir dos princípios éticos e morais cristãos;
  • Comprometer-se com a formação integral das crianças, adolescentes e jovens do seu rol de discentes, enfocando o desenvolvimento da dimensão espiritual na esperança de contribuir com a formação de homens e mulheres capazes de ouvir e responder aos ditames da alma, sem a perda do equilíbrio, do eixo psíquico-emocional-espiritual.

Essas esperanças mantêm segura e firme a nossa vida, assim como a âncora mantém seguro o barco. (Hebreus 6:19).

E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo (1 Tessalonicenses 5:23).

1.4  A QUE NOS DEDICAMOS?

O Colégio Batista Taylor-Egídio dedica suas atividades ao oferecimento da Educação Básica que, de acordo com a LDB 9.394/96, artigo 22 (BRASIL, 2017), tem como objetivo “desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”.

          Assim, assumindo essa responsabilidade formativa, oferece à comunidade de Jaguaquara-BA e região, os seguintes níveis: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, todos de acordo com as orientações da Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2019).  Em todos os níveis, a perspectiva é de formação do ser humano integral. Para tanto, o Colégio assegura a marca que reflete seu propósito, sua visão, missão, valores e pilares.

É uma marca que já ultrapassa 123 anos. Marca da educação séria, nunca na perspectiva do Marketing mas, antes de tudo, um compromisso com o Branding. Este compromisso com valores morais e éticos cristãos, exige firmeza de propósito com todos aqueles a quem nos dedicamos. Como uma das ações concretas da firmeza de propósito, está a apresentação, no ato de cada matrícula, aos responsáveis dos educandos tanto este Projeto quanto o Regimento Escolar e o Plano de Matrícula, o qual é revisitado e atualizado a cada ano.

Faz parte do corpo discente crianças, adolescentes e jovens, cujos responsáveis desejem a educação descrita neste documento para seus dependentes. Em caso de não adaptação e/ou reincidências de quebra dos valores, princípios e objetivos do Colégio, o estudante passa a ter uma matrícula condicionada, conforme documento na secretaria do Colégio e pode receber carta de transferência.

 

1.4.1 Educação Infantil

A Educação Infantil, etapa primeira da Educação Básica, compreende a creche (de 0 a 3 anos) e a pré-escola (de 4 e 5 anos) e tem como finalidade, de acordo com a Lei nº 9.394/96, art. 29 (BRASIL, 2017) e a BNCC (BRASIL, 2019), o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

Entendemos a criança como uma pessoa de direitos, cujo trabalho pedagógico compromete-se com a formação humana cultural e historicamente situada. Para o Colégio Batista Taylor-Egídio, deve estar premente na Educação Infantil um trabalho comprometido com as potencialidades formativas da criança, o que envolve compreender a infância em seus sentidos e significados. Não se trata, assim, de uma etapa preparatória para o Ensino Fundamental, mas, a busca incessante por uma prática que

parta das suas [das crianças] ontologias, das suas condições socioculturais concretas, compreendendo que o conhecimento do mundo envolve afeto, prazer, desprazer, fantasia, brincadeira, movimento, poesia, ciências, artes, linguagem, música, matemática etc (MACEDO In: MACEDO; AZEVEDO, 2013, p. 52).

Com essa compreensão em tela, salientamos nosso entendimento, a partir da BNCC (2019), da fala de Macedo como áreas do conhecimento e não como componentes curriculares, mas na condição de campos de experiências, e também afirmamos a Educação Infantil em sua multirreferencialidade, comprometida com a formação da criança plenamente, inclusive o momento recreativo, entendido como parte do trabalho docente focado na formação plena. Quando no exercício da educação presencial, é planejado atenciosamente e acompanhado pelas docentes.  O momento recreativo ocorre em horários diferentes, ou seja, cada turma tem em seu horário escolar, o tempo destinado às práticas recreativas que envolvem movimento corporal com uso da área de convivência do colégio.

 

1.4.2 Ensino Fundamental

O Colégio Batista Taylor-Egídio oferece, ainda, no âmbito da Educação Básica, o Ensino Fundamental, com duração de 09 anos, assegurando o que reza o artigo 32, da LDB 9.394/96 (BRASIL, 2017), a saber:

I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

III – o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;

IV – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

 

Entendemos que o Ensino Fundamental tem suas especificidades requerendo de nós olhares diferenciados, pois atravessamos os fluxos de vida da infância ao início da adolescência, cujas expectativas educativas vão assumindo contornos diferenciados conforme as diferentes faixas etárias. Desta forma, o trabalho nessa etapa (assim como nas demais) está pautado no respeito aos diferentes tempos e ritmos de vida e de compreensão de mundo, sempre buscando a mediação necessária ao desenvolvimento das potencialidades do ser, sendo.

Por conta das especificidades do Ensino Fundamental, especialmente dos Anos Iniciais que compreende do 1º ao 5º ano, à semelhança da Educação Infantil, o momento recreativo, entendido como parte do trabalho docente, quando no exercício da educação presencial, é planejado atenciosamente e acompanhado pelas docentes.  O momento recreativo ocorre em horários diferentes, ou seja, cada turma tem em seu horário escolar, o tempo destinado às práticas recreativas que envolvem movimento corporal com uso da área de convivência do colégio.

Esclarecemos, todavia, neste ponto, que o momento destinado ao lanche, conforme as orientações dos profissionais da saúde, é no horário-relógio às 10h da manhã, nas respectivas salas de aula e/ou espaços pedagógicos eleitos pelos professores, em diálogo com as suas turmas. O horário do lanche é concebido como socialização, interação e diálogo.

 

1.4.3 Ensino Médio

Como vem sendo dito, o Colégio Batista Taylor-Egídio ratifica as finalidades educativas previstas pela Lei nº 9.394/96 e, tratando-se do Ensino Médio, no artigo 35 (BRASIL, 2017), compromete-se com:

I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

II – a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;

III – o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;

IV – a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.

 

          As perspectivas formativas anunciadas convidam-nos a repensar o que se espera do Ensino Médio no Brasil, especialmente com as orientações da Base Nacional Comum Curricular – BNCC (BRASIL, 2019), conforme organizado pelo sistema de ensino eleito pelo Colégio (nesta última década tem sido o Sistema Positivo de Ensino – SPE). As experiências vêm demonstrando que esta etapa da Educação Básica tem uma forte inclinação à formação posterior, seja para inserção do sujeito no mundo do trabalho, seja para preparar para a realização de exames de vestibulares e ENEM ou mesmo para concursos públicos.

Embora reconheçamos a necessidade de assumirmos o compromisso de incentivar os jovens para a continuidade de seus estudos com sucesso, entendemos que a proposta formativa aí não se esgota. Portanto, a nossa intenção educativa reafirma o compromisso com a formação da pessoa humana em suas infinitas possibilidades de existir e produzir realidades.

 

 

 

 

1.4.4 Ordenamento do Colégio Batista Taylor-Egídio

O Colégio Batista Taylor-Egídio atende aos três níveis da Educação Básica, assim ordenados:

NÍVEL ORDENAMENTO
Educação Infantil Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5
Anos Iniciais do Ensino Fundamental 1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano 5º Ano
Anos Finais do Ensino Fundamental 6º Ano 7º Ano 8º Ano 9º Ano  
Ensino Médio 1º Ano 2º Ano 3º Ano    

Conforme a Resolução CEE/BA nº 26, de 15 de março de 2016 (BAHIA, 2016), a instituição de ensino deverá observar o número máximo de vagas por turma, sendo:

I – Educação Infantil:

  1. 15 crianças em creche, por professora, com um auxiliar – G 1, G 2 e G 3;
  2. 20 estudantes na pré-escola – G 4 e G 5.

II – Ensino Fundamental:

  1. 25 estudantes no 1º, 2º e 3º anos;
  2. 30 estudantes no 4º e 5º anos;
  3. 35 estudantes do 6º ao 9º ano.

III – Ensino Médio, 45 alunos.

 


PARTE II - Nossas vozes entrecruzadas anunciam um munto 'outro'...

Parte II

NOSSAS VOZES ENTRECRUZADAS ANUNCIAM UM MUNDO “OUTRO”…

 

2  NOSSAS VOZES ENTRECRUZADAS ANUNCIAM UM MUNDO “OUTRO”

O mundo, agora, já não é algo sobre o que se fala com falsas palavras, mas o mediatizador dos sujeitos da educação, a incidência da ação transformadora dos homens, de que resulte a sua humanização.

(Paulo Freire, Pedagogia da Esperança)

Sempre que nos perguntamos qual o sentido da educação na contemporaneidade, a questão que se coloca diante de nós é: educação para qual mundo? Partimos da compreensão de que os mundos são produções humanas que alteram nossos espaços naturais e nos imprimem modos de viver e de existir. Por isso, preferimos pensar o mundo em sua pluralidade, sempre aberto às possibilidades de novos mundos.  

A educação, como autora e coautora de mundos, em sua polissemia, vem colocando-se em defesa de diferentes projetos sociais, culturais e políticos. Por isso, pensar num projeto educativo da pessoa humana é pensar, ao mesmo tempo, sobre o(s) mundo(s) que queremos construir. Concordando com Hannah Arendt (2015, p. 11), partimos do pressuposto de que

a condição humana compreende algo mais que as condições nas quais a vida foi dada ao homem. Os homens são seres condicionados: tudo aquilo com o qual eles entram em contato torna-se imediatamente uma condição de sua existência. O mundo no qual transcorre a vita activa consiste em coisas produzidas pelas atividades humanas; mas, constantemente, as coisas que devem sua existência exclusivamente aos homens também condicionam os seus autores humanos.

Temos assistido à produção de mundos que têm reduzido a potência do humano em existir, ser e viver em plenitude. Em muitos casos, a educação tem se colocado na função de tornar homens e mulheres produtivos, sob a ótica do mercado, mas, muitas vezes, distantes de sua condição humana. Essa condição está sendo e muito mais há de ser pensada nos contextos pandêmicos e/ou pós-pandêmicos. 

Em tempos muito instáveis, complexos, paradoxais, movediços e líquidos como bem definiu Zygmunt Bauman (2004), posicionar-se social, cultural e politicamente passa a ser condição sine qua non para situar-nos nesse mundo e, então, anunciarmos mundos outros, mais justos, éticos e igualitários. Como nos diz Paulo Freire (2005, p.90), “existir, humanamente, é pronunciar o mundo, é modificá-lo”.

2.1 MUNDO, MUNDOS… UM OUTRO MUNDO POSSÍVEL (E NECESSÁRIO!)

Estamos convencidos de que precisamos construir as possibilidades de existência para todos os sujeitos, independentemente de etnia, religião, gênero e outras diversidades que se apresentam na pluralidade do mundo. Amparados na pedagogia libertadora, compreendemos que homens e mulheres produzem suas existências nas suas relações com o mundo, o que os fazem sujeitos históricos. Com Freire (2005, p. 14) aprendemos que “o mundo é espetáculo, mas sobretudo convocação. E, como a consciência se constitui necessariamente como consciência do mundo, ela é, pois, simultânea e implicadamente, apresentação e elaboração do mundo”.

Assim, na tentativa de (re)construir nossos mundos, tomamos como responsabilidade educativa a consciência do mundo e, por natureza, a consciência de si.  Não temos dúvida que educar-se é conscientizar-se de ser presença no mundo, com o mundo. Ainda de Freire (2005, p. 15), tomamos por empréstimo a afirmativa: “a consciência do mundo e a consciência de si crescem juntas e em razão direta; uma é a luz interior da outra, uma comprometida com a outra”. Assim, partindo desse pressuposto, nossos esforços vão em direção a um trabalho pedagógico que entende o ser humano em sua inteireza, fazedor de cultura, artista de si e do mundo, o que torna possível acreditarmos na construção de um mundo menos feio, mais justo, mais solidário, mais humano.

Mundo sonhado e profetizado na proposição de Paulo Freire (1987, p. 184), nas duas últimas linhas do livro Pedagogia do Oprimido: “… fé nos homens e na criação de um mundo em que seja menos difícil amar”.

2.2 A MULHER E O HOMEM COMO SUJEITOS HISTÓRICOS, SOCIAIS E CULTURAIS… POR UMA REESCRITA DA SOCIEDADE

Como já o dissemos, homens e mulheres são, essencialmente, sujeitos históricos, sociais e culturais. Como fazedores de mundos, são também fazedores de si, dialeticamente. É daí que assumimos o devir (tornar-se) do mundo, dos mundos, em profundas relações com os modos de existir dos homens e das mulheres em suas experiências vitais, como explicitamente a pandemia do coronavírus (COVID – 19) tem nos mostrado.  Para Freire (2011) a consciência do inacabamento humano é que nos amplia as possibilidades de transformar o mundo. Na condição humana experimentamos a nossa própria inconclusão e, então, podemos afirmar a provisoriedade da história, da cultura e das relações sociais que estabelecemos. É também pela consciência do inacabamento que nos vemos como sujeitos condicionados e não determinados. Não somos determinados pela cultura, mas por ela condicionados. Todavia,

[…] mesmo sabendo que as condições materiais, econômicas, sociais e políticas, culturais e ideológicas em que nos achamos geram quase sempre barreiras de difícil superação para o cumprimento de nossa tarefa histórica de mudar o mundo, sei [sabemos] também que os obstáculos não nos eternizam (FREIRE, 2011, p. 53).

É com essa consciência histórica do mundo que homens e mulheres reescrevem seus mundos, cuja ética passa a ser a ética da vida, em toda a sua beleza e potência germinativa.

2.3      A     EDUCAÇÃO     QUE     QUEREMOS     CONSTRUIR     ENQUANTO ESPERAMOS 

Durante essa longa caminhada de mais de um século em que o Colégio Batista Taylor-Egídio vem se constituindo foi ficando cada vez mais evidente o nosso compromisso com o mundo. Ao assumir uma educação libertadora em nossos princípios e pilares educativos, passamos a anunciar também que “a educação é uma forma de intervenção no mundo” (FREIRE, 2011, p. 96). Assim, o nosso trabalho pedagógico é um esforço diário de promover uma educação que vá para além do atendimento cego das formas inumanas do modelo capitalista que subjuga homens e mulheres a meros consumidores de ideias e de produtos. A educação que anunciamos reconhece a necessidade ontológica do trabalho como um dispositivo de produção de realidades, todavia, não se restringe ao trabalho em sua via exploratória da força de trabalho das pessoas historicamente exploradas em seus modos de viver e de existir.

A educação para nós é um processo de formação e, esta, como nos orienta Paulo Freire (2011, p. 16), “é muito mais do que puramente treinar o educando no desempenho de destrezas” [grifo do autor]. A formação, ação que se dá ao longo da vida dos sujeitos, carece de ser olhada com muito mais sensibilidade, pois, se encontra com diferentes projetos de mundo e de sujeito. Afinal, o que esperamos da formação humana?

Miguel Arroyo (2009) nos convida a pensar sobre a formação do filhote do homem. Para este autor, na maioria das vezes, a formação de professores se destina a preparar os alunos para passar de ano, ser aprovado no vestibular ou no concurso e, de modo geral, capacitar as pessoas para o mercado. Essa ideia de formação em muito se distancia do sentido que aqui defendemos. Como nos diz Arroyo (op cit, p.230), “educamos os recém-chegados no mundo humano, cultural, social. Educamos um ser humano em devir humano”. Com isso em mente, passamos a educar no sentido da formação humana, reconhecendo que homens e mulheres, desde a mais tenra idade, frequentam um mundo dotado de cultura, de valores, de representações que, de certa maneira, constituem diferentes modos de habitar esse mundo.

Assumindo o humano como um devirhumano, não temos nenhuma certeza de quem se tornarão as crianças e jovens que atravessamos com nosso projeto educativo. No entanto, acreditando na educação como uma das funções da vida social, nos situamos numa perspectiva que se compromete com a condição humana de existir em seus diferentes tempos, ritmos e possibilidades, mas sempre potentes de vir a ser outro em si mesmos.

2.4  A ESCOLA EM PERSPECTIVAS DIALÓGICAS

Durante as Escolas de Pais que ocorrem desde fevereiro de 2014, a direção, juntamente com as equipes administrativa, docente, pedagógica e geral do colégio, numa tentativa de fortalecer o diálogo contínuo entre os educadores (familiares e professores), vem apresentando proposições para os pais e/ou responsáveis dos estudantes do tipo: “Concluam: com esperança, nós desejamos que no ano seguinte o (a) meu (minha) filho(a) receba no Colégio Batista Taylor-Egídio…”

As proposições das famílias, todas arquivadas no documentário do colégio, se encontram com o nosso desejo de construir uma escola que rompa com uma visão racionalista da educação e que promova, efetivamente, uma formação de crianças e jovens para o bem (com)viver no mundo, com o mundo. Dentre as inúmeras esperas dos pais, destacamos:

 

Uma educação de qualidade. Que ele aprenda a viver com as diferenças das pessoas. Tenho a esperança que meus filhos aprendam, ainda mais, bons modos, respeitando e obedecendo [a] nós, pais. Tenho muita esperança também que  meus filhos sejam tratados com amor, carinho e igualdade. (Família de estudante da educação infantil).

Uma educação humanizada, com todo conteúdo pedagógico exigido, mas que esse conteúdo seja transmitido com amor, com tolerância, com sabedoria. Queremos um mundo melhor e é na escola que essa mudança se faz. (Família de estudante do ensino fundamental – Anos Iniciais).

Além da educação formal, [espero] uma vivência de aprendizagem aliada a pilares éticos e morais, considerando que nossos filhos passam 25% de seu tempo acordados, aqui [na escola]. Espero uma parceria para que “minha pequena” se torne grande. (Família de estudante do ensino fundamental – Anos finais).

Um ensino de qualidade, com foco no processo humanista e sociocultural; que preze por práticas sociais humanas e sociointeracionistas. Que se busque o entendimento do ser e não do ter como meta maior. (Família de estudante do ensino médio).

Embora tenhamos destacado apenas uma proposição de cada nível da educação básica, podemos afirmar – a partir dos nossos registros – que as esperas das famílias com o trabalho escolar se sustentam em princípios indispensáveis à formação da pessoa humana, uma vez que na maioria absoluta das proposições, as famílias fazem referência a uma educação com amor, respeito, tolerância e compromisso com a mudança do mundo.

Com Paulo Freire, aprendemos que a educação é um ato essencialmente amoroso. Para esse grande educador brasileiro,

não é possível a pronúncia do mundo, que é um ato de criação e recriação, se não há amor que a infunda. Sendo fundamento do diálogo, o amor é, também diálogo. […] Porque é um ato de coragem, nunca de medo, o amor é compromisso com os homens. […] Como ato de valentia, não pode ser piegas; como ato de liberdade, não pode ser pretexto para a manipulação, senão gerador de outros atos de verdade. A não ser assim, não é amor (FREIRE, 2005, p. 91-2).

A escola que temos como propósito de ir consolidando, cotidianamente, tem o diálogo como seu elemento fundante, motivo de nossas atenções formativas para a formação de um “novo” sujeito (tanto estudantes, docentes, funcionários quanto seus respectivos familiares),  capaz de se constituir como um ser em si, comprometido com o mundo, democrático, responsável pelo social e realizador das decisões coletivas.


PARTE III-A escola que construímos ao longo de mais de um século...de onde partimos?

Parte III

A ESCOLA QUE CONSTRUÍMOS AO LONGO DE MAIS DE UM SÉCULO… DE ONDE PARTIMOS?

3 A ESCOLA QUE CONSTRUÍMOS AO LONGO DE MAIS DE UM SÉCULO… DE ONDE PARTIMOS?

“Um ciclo de vida se projeta sobre os outros”

(Miguel Arroyo, Imagens Quebradas)

Abrimos essa seção com Arroyo (2009) para ratificarmos o entendimento de que um Projeto Político Pedagógico (PPP) é sempre um trabalho que lançamos adiante, considerando o vivido e o experimentado durante os passos que o antecederam. Como já dissemos na Parte I deste projeto, o Colégio Batista Taylor-Egídio traz em sua história um trabalho cuidadoso e comprometido com a contínua melhoria da missão educacional que desenvolve junto à comunidade.

Tendo em mente o compromisso com a formação integral da pessoa humana, o Taylor-Egídio vem se consolidando como uma instituição de ensino que busca atualizar suas práticas pedagógicas bem como ampliar as possibilidades de bem-estar para os alunos, seus familiares e funcionários que frequentam diariamente os seus espaços, quer físicos quer virtuais. Assim, apresentamos a seguir um diagnóstico simplificado do que já temos construído até aqui, permitindo-nos olhar para adiante com a certeza de que se muito já fizemos ao longo de mais de um século, muito ainda podemos e queremos fazer.

3.1 ASPECTOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS

 

 

ASPECTOS OBSERVADOS

 

 

O QUE TEMOS CONSTRUINDO ATÉ AQUI…

Planejamento Os planejamentos das atividades pedagógicas são realizados por nível, quinzenalmente, sob a liderança das coordenações pedagógicas e, ocasionalmente, pela direção. Esses momentos, além de serem destinados aos planejamentos, podem ser também de formação docente continuada. Acontecem tanto presencial quanto online. Os docentes enviam, por e-mail próprio para este fim, tanto os seus Desenhos Didáticos, quanto os ementários e planos de curso dos seus respectivos componentes curriculares.
Avaliação

O processo avaliativo, ao longo de cada semestre (são dois semestres letivos – duas unidades por ano), compõe-se dos dispositivos abaixo. Cada dispositivo pode se fragmentar, quando necessário, especialmente a situação simulada e a escrita aberta.

1º) Educação integral observação da assiduidade e pontualidade no cumprimento dos combinados agendados (2,5);

2º) Situação simulada dos exames de concursos, vestibulares e avaliações externas (2,5);

3º) Escrita aberta oportunizando a expressão do pensamento de forma livre, dentro de um gênero textual, por meio do sistema de notação gráfica (2,5);

4º) Expressão da oralidade e da corporeidade oportunizando a explicitação das aprendizagens por meio da fala e das expressões corporais (2,5).

Outrossim, o CBTE aplicará a avaliação diagnóstica em todos os níveis. Fazendo cumprir a Resolução Nº 44/2021 do CEE-BA, Artigo 4º, e seus incisos I, II, III e IV: “Destaca-se, [sobretudo], a avaliação diagnóstica como parâmetro técnico-pedagógico, no retorno à presencialidade”, no entanto o CBTE a aplicará no início de cada ano letivo.

Material pedagógico

O material pedagógico é organizado pelo Sistema Positivo de Ensino (SPE) e ampliado por pesquisas locais de incontestável procedência e valor educacional, quando necessário. Contudo, o eixo guiador é o SPE.

Atendimento às diversidades Cada estudante é entendido como pessoa única, e, como tal, difere de todos os outros e assim é respeitado e atendido. O apoio de profissionais da psicologia/psicanálise/AEE e seus pareceres são importantes quando do atendimento e acolhimento das diversidades.
Valorização às diferenças À semelhança do atendimento às diversidades, as diferenças são valorizadas. O princípio: “diferença não é deficiência” é defendido e condição de convivência.
Integração das diferentes áreas de conhecimento As áreas do conhecimento são integradas a partir de “eixos norteadores” como, por exemplo, a) tema anual que perpassa por todos os componentes curriculares; b) lecção da segunda-feira que apresenta um tema gerador e, a partir do mesmo, se iniciam as aulas disciplinares; c) projeto da feira do conhecimento que se inicia na primeira semana de aula do ano letivo e culmina no último mês letivo com uma apresentação intertransmultidisciplinar, por meio do Projeto Zênite que se encontra nas mesas de trabalho das coordenações e nos arquivos da direção.

Projetos contínuos

 

a)    Aula Inaugural Campal – Primeira aula de cada ano letivo para (e com) todos os estudantes e seus responsáveis. Na educação online, a Aula Inaugural é também online;

b)    Projeto solidariedade com a escola-filha- ERTE;

c)     Projeto complementariedade do ser que objetiva o fortalecimento da relação humana por meio de ações de complementação – mês da páscoa;

d)    Projeto de valorização do corpo como espaço no qual “tudo acontece” – torneios internos e externos a cada trimestre.

e)    Escola para (e com) pais na qual os pais participam, a cada dois meses, com aulas públicas sobre diversas temáticas da vida prática;

f)      Combate ao abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes – com início nas lecções, desenvolvimento nas salas de aula e culminância com caminhada pública;

g)    Acampamento de Pais e Filhos (ACAMPAI) no qual todos chegam, têm aulas dialogadas, se alimentam e dormem no colégio;

h)    Feira do conhecimento que gira em torno do tema anual do colégio, perpassa todos os meses do ano e culmina na última semana letiva com apresentações públicas das mais diversas formas, áreas e modalidades, dentro do Projeto Zênite.

i)       Papo poético (ou Papinho) (ou Teatro) – Expressão artística corporal, musical e oral resultante de leituras dos clássicos nacionais e internacionais e de temas atuais, tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio;

j)       Defesa pública de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Apresentações, para a comunidade escolar e familiares, das pesquisas realizadas pelos estudantes do Ensino Médio e orientadas, desde o 1º ano desse nível, pelos docentes do Colégio e/ou convidados externos, todos remunerados com 1 hora/aula por semana, no período de março a novembro. Todo o projeto do TCC encontra-se nos arquivos do Colégio e na mesa da coordenação desse nível.

k)     Uso diário da carteira de estudante. Anualmente, a partir das matrículas, o colégio confecciona (ou terceiriza) uma Carteira de Estudante para cada estudante devidamente matriculado (a). A entrada, diariamente, durante o ano letivo, só é permitida mediante a apresentação da referida carteira.

l)       Cine Escola – Uma vez por mês em todos os níveis com exibição de filmes, preferencialmente, nacionais;

m)   Projeto de Orientação Vocacional e Painel das Profissões que visa orientar os estudantes sobre a escolha profissional com a mínima segurança possível;

n)    Revisões especiais online ou presencial, pelo SPE, docentes e/ou convidados externos, para os estudantes do Ensino Médio, com prioridade para o 3º ano, e aplicação de Simulados ENEM;

o)    Participação dos estudantes, orientados pelos docentes das áreas afins, das avaliações externas, olimpíadas e competições estudantis, de modo geral, estaduais, nacionais, internacionais.

Formação continuada de professores

A formação continuada, a cada ano letivo, tem início na Jornada pedagógica e, a partir das demandas, um subtema é estudado tanto na condução da própria equipe gestora do colégio quanto por convidados externos.

Os momentos de Atividades Complementares (AC) que acontecem quinzenalmente são utilizados, também, como espaços legítimos de formação continuada. O Colégio implantou a política de incentivo por formação comprovada, oferecida pelo próprio Colégio.

3.2  PRÁTICA DA GESTÃO

 

 

ASPECTOS OBSERVADOS

 

 

O QUE TEMOS CONSTRUINDO ATÉ AQUI…

Comunicação com a família

O diálogo com as famílias tem o pontapé inicial na aula inaugural do ano letivo e continua nas Escolas de Pais. Momentos quando os anseios, planos, sonhos e ideias dos familiares sobre a educação que desejam são colocados para a equipe do Colégio.

O colégio sistematiza o diálogo em forma de calendário-proposta-ações e entrega, a cada família, uma cópia. Durante todo o transcorrer do ano, com datas pré-fixadas, são realizados encontros. Os comunicados, escritos impressos ou online, facilitam os diálogos presenciais.

Comunicação entre comunidade escolar interna É uma comunicação direta, livre e informal cotidianamente, contudo os momentos de decisões exigem comunicações formais com assinaturas que responsabilizam a comunidade escolar interna.
Participação da comunidade na tomada de decisões Todas as decisões passam por uma socialização e consequente votação da comunidade interna e são anunciadas, de forma aberta, à comunidade externa que também opta. Sempre que necessário, as decisões são revistas e/ou repensadas coletivamente.
Relações interpessoais Dos seis (6) valores do colégio, um dos mais evidentes diz respeito às relações interpessoais, a saber:  Relações humanas saudáveis.

3.3 INFRAESTRUTURA

 

 

ASPECTOS OBSERVADOS

 

 

O QUE TEMOS CONSTRUINDO ATÉ AQUI…

Sala de aula 18 salas de aula arejadas medindo, em média, 7m x 5.50m para funcionamento de todos os níveis, adaptadas para a educação híbrida, em tempos de pandemia, com a orientação da vigilância sanitária local.
Sala de reuniões 1 sala no prédio central
Sala de coordenação 3 salas de coordenação arejadas sendo 1 para a coordenação da Educação Infantil e Ensino Fundamental – Anos Inicias e 1 para a coordenação do Ensino Fundamental – Anos Finais e 1 para o Ensino Médio.
Auditório 2 auditórios: 1 atende à Educação Infantil e ao Ensino Fundamental – Anos Iniciais e 1 atende ao Ensino Fundamental – Anos Finais e ao Ensino Médio, como também às grandes reuniões, quando presenciais.

Biblioteca e/ou Sala de Convivência

1 biblioteca e/ou sala de convivência contendo um acervo de vídeos, livros e outros materiais de apoio e incentivo à formação do leitor. Essa biblioteca e/ou sala de convivência passou por reforma geral para atender à proposta de uma possível/futura faculdade.

Quadra poliesportiva e

Ginásio de Esportes Professor José Alberto Pereira

1 quadra poliesportiva sem cobertura.

2 campos de futebol.

1 campo de areia.

1 ginásio de esportes com piscina.

Mobiliário das salas de aula Mesas de professores, carteiras estudantis e/ou cadeiras com mesas.
Recursos tecnológicos disponíveis para situações de aprendizagem

1 televisor em cada sala do Ensino Fundamental e do Ensino Médio

2 Datashow

Computadores, Wifi, Salas do Zoom Educação (só em tempos de educação online)

Espaços de lazer/convivência Grande área verde em todo colégio e parque infantil no prédio da Educação Infantil e Ensino Fundamental – Anos Iniciais.
Cantina 1 cantina terceirizada (ou não) que serve a todo colégio.
Banheiros 8 banheiros dos estudantes com divisões que compreendem 24 espaços individuais e 3 banheiros para docentes e funcionários.

Cozinha

2 cozinhas reformadas e equipadas

Sala de Jiu-Jitsu

1 sala equipada e padronizada para o exercício do Jiu-Jitsu

Laboratório de Ciências Professor Alex José Ramos

1 Laboratório de Ciências da natureza Professor Alex José Ramos

Sala de AEE

1 Sala de Atendimento Educacional Especializado

3.4 ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS SETORES

 

 

ASPECTOS OBSERVADOS

 

 

O QUE TEMOS CONSTRUINDO ATÉ AQUI…

Secretaria 1 secretaria organizada e atualizada guardando e atualizando a memória do colégio com todo aparato tecnológico.
Tesouraria 1 tesouraria  responsável pelos serviços contábeis e humanos.
Mecanografia 1 sala de mecanografia devidamente equipada, organizada e com aparatos tecnológicos.
Portaria 3 portarias com porteiros durante todo período de aulas presenciais, sendo: uma do prédio da Educação Infantil e do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, outra do prédio do Ensino Fundamental – Anos Finais e Ensino Médio e outra do Ginásio de Esportes Professor José Alberto Pereira.
Recepção 2 recepções
Serviço de limpeza

3 servidores atuando na limpeza sendo 1 para o prédio da Educação Infantil e Ensino Fundamental – Anos Iniciais, 1 para o prédio do Ensino Fundamental – Anos Finais e Ensino Médio e outro para o ginásio de esportes.

Coordenação Pedagógica 4 coordenações pedagógicas sendo uma coordenadora para cada nível da Educação Básica, as quais coordenam todas as atividades pedagógicas, inclusive a área de educação física. Quando das ocasiões dos eventos esportivos (internos e/ou externos, a depender do calendário geral do colégio), as coordenadoras reúnem-se com os docentes da área, com a devida antecedência, para alinhamentos de todos os detalhes. Todos os serviços do Colégio (mecanografia, tecnologia, portaria, limpeza etc.), como acontece nas outras áreas, recebem das coordenações as tarefas a serem executadas para a área de educação física. São as coordenadoras que fazem as escalas dos docentes para acompanharem os jogos.
Direção 1 direção geral que atua e acompanha os serviços da coordenação pedagógica, administração financeira, patrimonial e de recursos humanos.

PARTE IV-A escola que nossas esperas nos mostram...

Parte IV

A ESCOLA QUE NOSSAS ESPERAS NOS MOSTRAM…

4 A ESCOLA QUE NOSSAS ESPERAS NOS MOSTRAM

“O ideal de humanidade vem variando com o avanço civilizatório, com as lutas pelos direitos.

Queremos que todos participem desse ideal, desse projeto. Que seja garantido a todos e a todas o direito a ser gente, a passar por esse

aprendizado”.

(Miguel Arroyo, Ofício de Mestre)

Para o Colégio Batista Taylor-Egídio a escola é um espaço de encontros, de formação… Assim, só pode ser um espaço humano, humanizando-se por meio de suas práticas cotidianas. Quando conduzimos uma criança à escola esperamos que a mesma se desenvolva em sua plenitude e integralidade, mas, infelizmente, a cientificidade racionalista que veio dando forma à escolarização nas sociedades capitalistas do mundo moderno tem distanciado as crianças e os jovens de suas condições humanas de existir. Muitas vezes são reduzidas à sua capacidade cognitiva de armazenamento e produção de informações e conhecimentos, excluindo uma população significativa de crianças e jovens da escola e do seu direito de aprender.

A nossa experiência no Taylor-Egídio vem atualizando nossas maneiras de compreender o papel da escola nos tempos atuais levando-nos a ampliar nossas perspectivas com a formação humana. Se por um lado reafirmamos o compromisso em ser um espaço de transmissão histórica do conhecimento produzido e sistematizado pela humanidade, por outro, nos colocamos sensíveis à edificação de uma escola efetivamente includente, buscando garantir a todos o direito de estar e de aprender na escola, bem como de continuar seus estudos com sucesso. Isso requer de nós outros olhares e outras orientações para as nossas práticas e nossos projetos formativos, inclusive novos olhares para a educação online/híbrida. Apoiando-nos em Arroyo (ARROYO, 2013, p. 54), afirmamos que “a recuperação do sentido de nosso ofício de mestre não passará por desprezar a função de ensinar, mas reinterpretá-la na tradição mais secular, no ofício de ensinar a ser humanos”. Assim, envidamos esforços em sistematizar e propor um projeto educativo alinhado com o compromisso de educar, em movimentos de humanização.

Em sendo assim, o Colégio Batista Taylor-Egídio busca contagiar corações. Como já dito, não se ocupa com Marketing mas com o Branding de uma marca de mais de 123 anos, que reflete seu propósito, sua visão integral e inclusiva e os princípios estruturantes de suas crenças e ideais. O Branding que é voltado para a cultura e o posicionamento da empresa, como estratégia de negócio, em nossa compreensão, está muito além do Marketing que está mais orientado ao consumidor, avaliando demandas do mercado, público-alvo e produtos, criando estratégias comerciais e gerenciando canais de divulgação com a única finalidade de vender e lucrar.

Compreendemos que educação séria, comprometida com valores morais e éticos cristãos, tem marca! Uma marca que remete a um conceito de ser humano íntegro e inteiro, livre e consciente. Pensar-se em esperas que demandem desses seres humanos, há de se continuar pensando na marca que ultrapassa o espaço temporal de cento e vinte e três anos, ultrapassa a presencialidade – a marca Taylor-Egídio, quer na práxis presencial, quer na online orientada por Silva (2012).

4.1 NOSSAS COMPREENSÕES SOBRE CURRÍCULO

Sabemos que o currículo é uma palavra polissêmica que pode atribuir diferentes sentidos à prática pedagógica, podendo ir desde sua compreensão como o conjunto de disciplinas e/ou objetivos de aprendizagem escolar a qualquer ação dentro da escola, podendo ser equivocadamente sintetizado como “tudo que acontece na escola”. Para nós, no entanto, o currículo precisa ser discutido social e politicamente como um dispositivo formativo. Para Macedo, o currículo é compreendido como

um artefato socioeducacional que se configura nas ações de conceber/selecionar/produzir, organizar, institucionalizar, implementar/dinamizar saberes, conhecimentos, atividades, competências e valores visando uma ‘dada’ formação, configurada por processos e construções constituídos na relação com conhecimento eleito como educativo (grifos do autor) (MACEDO,2013, p.24-5).

Assim posto, o currículo está relacionado aos processos formativos dos sujeitos, mostrando-se em suas tessituras cotidianas. Está para além de um conjunto de disciplinas que compõe a matriz curricular e não se esgota num ementário. O currículo como artefato possui em si um conjunto de elementos integrados e articulados para ampliar as possibilidades formativas no espaço escolar. Para Berticelli,

o currículo é sempre proposta de experiência do mundo. Por outro lado, ele é experiência do mundo. É um tipo de experiência proposto aos educandos. O currículo é sempre uma trama de mundos vividos e não de um só mundo, pois ele resulta de múltiplas experiências históricas e de projeto para o futuro de muitas histórias: as histórias dos educandos junto com as histórias dos educadores, no sentido mais amplo de compreensão possível. Assim, me autorizo a dizer que o currículo é uma trama tecida de linguagens. (Grifos do autor) (BERTICELLI, 2010, p. 73).

Ao colocar o currículo como uma trama de linguagens, fica evidente que este acompanha os movimentos e fluxos dos seus comunicantes; é um texto situado num tempo e no espaço. Assim entendido, não pode ser reduzido a um conjunto de objetivos a serem atingidos, como fim em si mesmo. Todavia, no tempoespaço escolar estão também associados os modos de apreender e (re)produzir conhecimentos e saberes.

O Colégio Batista Taylor-Egídio compreende o valor dos saberes acumulados socialmente pelas culturas, mas entende que o currículo escolar no que tange aos referidos saberes, deve priorizar os “conteúdos essenciais” e organizar as sequências, em cada componente, a partir da organização do sistema de ensino adotado. Repetindo, nesta última década, o colégio tem feito a opção pelo Sistema Positivo de Ensino (SPE).

4.1.1 Acessebilidade Curricular

Chamamos de acessibilidade curricular as possibilidades de abertura do currículo aos diferentes tempos e ritmos das crianças, adolescentes e jovens a fim de garantir seus direitos de aprender e continuar seus estudos com sucesso.  A nossa compreensão é de que umas das funções da escola, efetivamente inclusiva, é o esforço contínuo em garantir que todos os estudantes possam acessar ao currículo proposto.

Há, ainda, o irrevogável compromisso com a inclusão das pessoas com deficiência e/ou com transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, cujo acesso ao currículo também se consubstancia como garantia do direito à educação. Nesse sentido, de acordo com o artigo 59 da  Lei nº 9.394/96, inciso I (BRASIL, 2017), está determinado que  cabe aos sistemas de ensino [leia-se as instituições escolares] “as adaptações dos currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organizações específicas, para atender às suas [dos educandos] necessidades”. O direito à educação das pessoas com deficiência também está garantido pela Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015, que assim determina:

 

Art. 27.  A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis de aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem.

Parágrafo único.  É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e discriminação.

Art. 28.  Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar:

[…]

III – projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional especializado, assim como os demais serviços e adaptações razoáveis, para atender às características dos estudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia.

Tanto do que está exposto acima quanto do que está em toda Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) nº 13.146, de 6 de julho de 2015, especialmente em seu IV Capítulo que trata do Direito à Educação, e nesta proposta pedagógica, a acessibilidade curricular é uma atitude ética no sentido de garantir o direito da pessoa humana. Nesses termos, o colégio não pode se furtar dessa responsabilidade e precisa ir construindo caminhos possíveis e necessários para a mudança das lógicas (re)produtivistas que, por acaso, prevaleçam em alguns profissionais que não compreendam o direito humano da inclusão.  

Nesta linha de pensamento e de conduta, o Colégio conta com os serviços de uma especialista na área da inclusão e mantém uma Sala de Atendimento Educacional Especializado.

Se, portanto, afirmamos a escola numa perspectiva de formação humana, nos colocamos social, ética e respeitosamente com as diferenças e os diferentes. Como nos alerta Arroyo (2011, p. 226), “as tentativas inclusivas que não alteram as estruturas, os tempos, os rituais, nem reveem os conteúdos, os processos, as avaliações terminam descobrindo como é ingênuo tentar incluir em estruturas excludentes, classificatórias”. Sabemos e afirmamos que uma escola inclusiva requer olhar diferente, pensar diferente e sentir diferente. Esses novos/outros “jeitos” de olhar para a educação é que nos aproxima da condição humana de produzir novas realidades, mais justas e éticas. Para tanto, as consciências educadoras devem se renovar na perspectiva de que, para o tema da inclusão, da acessibilidade, não há receita, o que há é “postura inclusiva” (ou não).

Para tanto, este Projeto Político Pedagógico, que se concebe inteiramente inclusivo, está aberto para:

a) diversificar e flexibilizar o processo de ensinoaprendizagem visando atender às diferenças individuais de cada estudante;

b) identificar as necessidades educacionais especiais e disponibilizar recursos e meios que sejam mais favoráveis aos educandos com quaisquer que sejam as diferenças e/ou dificuldades;

c) adotar currículos abertos e propostas curriculares diversificadas;

d) flexibilizar a organização e o funcionamento do Colégio;

e) incluir docentes especializados, serviços de apoio e outros meios não convencionais que possam favorecer o processo educacional e efetivar a acessibilidade

4.2 A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC):  A FORMAÇÃO EM TORNO DAS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES

Nos últimos anos o Brasil tem vivido uma efervescência no campo das políticas para a Educação Básica, dentre as quais podemos citar a Lei nº 12.796, de 04 de abril de 2013, que altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 e estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para dispor sobre a formação dos profissionais da educação e dar outras providências. Com essa alteração, a LDB 9.394/96, artigo 26, passa a ter a seguinte redação:

os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio devem ter base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos  (BRASIL, 2013).  

Essa determinação legal se encontra com Resolução CNE/CP nº 2, de 22 de dezembro de 2017, que institui e orienta a implantação da Base Nacional Comum Curricular, a ser respeitada obrigatoriamente ao longo das etapas e respectivas modalidades no âmbito da Educação Básica. A citada resolução, no seu artigo primeiro, afirma a BNCC como um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais como direito das crianças, adolescentes, jovens e adultos no âmbito da Educação Básica escolar, e orientam sua implementação pelos sistemas de ensino das diferentes instâncias federativas, bem como pelas instituições ou redes escolares.

As aprendizagens essenciais de que tratam a Resolução CNE/CP 02/2017 são definidas como conhecimentos, habilidades, atitudes, valores e a capacidade de os mobilizar, articular e integrar, expressando-se em competências. Assim, conforme a resolução em tela, artigo 3º,

Art. 3º No âmbito da BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores, para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.

Assim, a BNCC traz para as escolas as competências e as habilidades como o eixo do trabalho pedagógico. Para tanto, são definidas dez competências gerais a serem trabalhadas ao longo da Educação Básica, a saber:

COMPETÊNCIAS GERAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA

 

1

Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

 

2

Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

 

3

Desenvolver o senso estético para reconhecer, valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também para participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

 

4

Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos, em diferentes contextos, e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

 

5

Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação, de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

 

6

Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

 

7

Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns, que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável, em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado consigo mesmo, com os outros e com o planeta.

 

8

Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

 

9

 

Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos, de forma harmônica, e a cooperação, fazendo-se respeitar, bem como promover o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

 

10

Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões, com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

As competências anunciadas acima pela BNCC ratificam as nossas esperas formativas, fazendo-nos ver que uma educação de qualidade social volta-se tanto à formação intelectual, quanto social e afetiva do sujeito, compondo o que defendemos como formação integral da pessoa humana.

Da mesma forma, as competências gerais para a Educação Básica propostas pela BNCC, além de se harmonizarem com os princípios e práticas do CBTE,  estão em total sintonia com os princípios da educação online/híbrida, conforme colocados por Pimentel e Carvalho (2020).

4.3 PROCESSOS DE ENSINOAPRENDIZAGEM: A PRÁXIS COMO DESAFIO TÉCNICO-PEDAGÓGICO   

O processo pedagógico requer de nós novas perspectivas sobre o sentido de ensinar e de aprender. Concordamos com Freire (2011, p. 47), que “ensinar não é transferir conhecimento”. O conhecimento precisa “ser constantemente testemunhado, vivido”. Nesses novos contextos, cada vez mais complexos e plurais, com novas compreensões de infância, adolescência e juventude, não há espaço para a prática pedagógica que não seja a prática refletida, a práxis.

Pensar a práxis no contexto escolar é desafiar-se a construir sentidos e significados para o que se ensina e se aprende. Para Paulo Freire (2011, p. 67), “a nossa capacidade de aprender, de que decorre a de ensinar, sugere ou, mais do que isso, implica a nossa habilidade de apreender a substantividade do objeto aprendido”. Nesse sentido, temos no processo de ensinoaprendizagem o desafio de romper com a lógica mecanicista de repetição/memorização, sob pena de uma aprendizagem não verdadeira. Completa o autor: “aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito” (FREIRE, 2011, p. 68).

Com essa compreensão, a proposta do Colégio Batista Taylor-Egídio se sustenta num trabalho voltado para metodologias dialógicas e ativas, em que o aprendido/apreendido ganha substantividade na vida do educando. A proposta é a superação de uma educação bancária, fundada na transmissão dos conteúdos de quem sabe para quem não sabe. Essa proposta é possível na práxis  presencial, híbrida e/ou online, indistintamente.

A atividade pedagógica deve ser feita de encontros com quem sabe algumas coisas e desconhece outras. Aprender passa a ser um fluxo contínuo, de pessoas que passam a “saber mais” e alteram nas relações com o conhecido e com o mundo, transformando-o para melhor viver. Um exemplo muito propício é a prática pedagógica que faz uso das interfaces tecnológicas na qual, muitas vezes, os estudantes, nativos digitais, são os que “sabem mais” e alternam com os docentes os processos de ensino e de aprendizagem.

Por isso, o Taylor-Egídio defende conhecimentos e práticas docentes para além daqueles específicos de cada componente curricular. São pilares técnico-pedagógicos que, necessariamente, devem caracterizar o trabalho de cada docente, em todos os níveis, enquanto mediador, organizador, líder da sala de aula. Segundo PEREIRA (2021, p.75), em síntese, os referidos pilares são:

1º Regularização da rotina, de forma organizada; 2º Cumprimento, efetivo, de todo o tempo destinado, na carga horária, para o processo de ensino; 3º Apresentação da síntese do planejamento coletivo das ações de ensino e de aprendizagem; 4º Hierarquização das dificuldades do sistema de escrita alfabética (ou de outro conteúdo de qualquer outra área) e organização da sequência didática; 5º Organização do ambiente físico de forma que todos possam se olhar e se ver; 6º Manutenção do respeito ao turno de fala; 7º Garantia da interação e da sociointeração; 8º Oportunização da leitura da palavramundo; 9º Garantia do fascínio e encantamento pela leitura; 10º Oferecimento de palavras novas como objetos de desejo; 11º Reflexão sobre as leituras e as escritas realizadas em sala de aula; 12º Eleição de textos construtores da cidadania; 13º Substituição gradativa do desenho das coisas pelo desenho das letras; 14º Concepção da leitura e da escrita como práticas necessárias à vida e para toda a vida; 15º Elaboração de metas específicas para cada período de cada ciclo de aprendizagem; 16º Fundamentação teórica específica para a prática do ensino da leitura e da escrita (ou de outro conteúdo qualquer).

Concomitantemente à observância dos pilares técnico-pedagógicos, visando o enfrentamento do desafio dos processos de ensinoaprendizagem, o Colégio Batista Taylor-Egídio também se ampara nos postulados de Jonathan Bergmann e Aaron Sams (2016) sobre a sala de aula invertida, como também nas proposições de David Ausubel sobre aprendizagem significativa (MOREIRA, 2016). Salientamos que as proposições de Bergmann, Sams e Ausubel calçam a práxis pedagógica tayloregidiana tanto nas vivências presenciais quanto nos desafios da educação online/híbrida, ao lado dos pilares técnico-pedagógicos.

4.4

O TEMPO NA ESCOLA: OUTROS OLHARES, OUTROS SENTIDOS, OUTRAS PRÁTICAS

Quando nos esforçamos para (re)construir a proposta formativa na escola, a questão do tempo se impõe como um dos maiores desafios a ser vencido, pois as escolas estão organizadas em torno do tempo. Há tempo de aula, tempo de brincar, tempo de estudar, tempo de aprender… O tempo que regula as atividades na escola é, muitas vezes, o mesmo tempo que atropela as condições do tempo humano. Para Miguel Arroyo (2009, p. 192),

a gestão do tempo escolar não é tensa apenas porque cada um tenhamos nossos tempos e nossos interesses na escolha dos horários das aulas. A tensão está no fato de mexermos com tempos instituídos, cristalizados, enrijecidos por lógicas escolares e sociais.

É essa cristalização e esse enrijecimento que têm provocado muitos desencontros dos tempos vividos na escola. Apoiando-se em Heráclito, Larrosa (2009) nos fala da tensão entre chronos e aión, como oposições no tempo. O tempo chronos é “o tempo irreversível representado por uma linha que vai de trás para diante” (LARROSA, 2009, p. 103). Já aión, derivado de aieí, pode ser traduzido por sempre. A partir de Heráclito, pode ser entendido como o “tempo considerado de uma vez, ao tempo-todo, ao tempo perene” (p. 104). A escola vive um tempo chronos; o humano, aión. O aíon é o tempo de acontecimento, cuja lógica não cabe nos relógios e calendários.

          Depois de três décadas de movimento em todos os níveis da educação, a professora Sonilda Sampaio Santos Pereira (2021) liderou uma pesquisa intitulada: Tempo real de aula: tensão dialética entre o direito fundamental do discente e o poder de omissão do docente (ou gestor) – um estudo na Casa de Educação Taylor-Egídio. Neste trabalho, além de discutir as dimensões do tempo como citadas acima, Pereira elucida:

chegamos à conclusão que o cumprimento do tempo real de aula é muito mais que o cumprimento dos horários. É um tempo de complementariedade entre as pessoas envolvidas, tempo usado com profundidade, rico em experiências formadoras. Um tempo planejado, em cada fragmento de segundo; um tempo focado na criatividade, na profundidade, que sai da superficialidade e da inutilidade para a construção e produção do conhecimento que enriquece e colabora com e no processo de ensino e de aprendizagem (PEREIRA, 2021, p. 130).

E a pesquisadora advoga sobre a inegociável condição do tempo organizado em horários escolares estendidos, geminados, em, no mínimo, duas horas e meia de relógio com sequências didáticas devidamente organizadas, com utilização de variadas metodologias, para que a superficialidade e a inutilidade cedam espaço à construção e à produção do conhecimento que enriquece e colabora com a vida real.

Infelizmente, em sua organização em torno do tempo cronológico – hora-aula, semana, mês, unidade letiva, ano letivo – a escola acaba desprezando os movimentos da vida que acontecem ao tempotodo, perene. Assim, acaba reduzindo as possibilidades de acontecimentos das crianças, dos adolescentes e dos jovens que, muitas vezes, são negadas do seu direito de aprender e desenvolver-se em seus ritmos de vida. Para Arroyo (2009, p. 192),

o tempo da escola é tão conflitivo porque foi instituído faz séculos e terminou se cristalizando em calendários, níveis, séries, semestres, bimestres, rituais de transmissão, avaliação, reprovação e repetência. Quando chegamos às escolas, entramos nessa lógica temporal institucionalizada que se impõe sobre os alunos e sobre os profissionais da educação. Entender essa lógica é fundamental para entender muitos dos problemas crônicos da educação escolar.

Assim, com a experiência formativa construída ao longo de mais de doze décadas de efetivo trabalho educativo, o Colégio Batista Taylor-Egídio se coloca atento ao desencontro do tempo da escola com o tempo em que a vida acontece, e propõe novas organizações do tempo pedagógico.

A primeira alteração se expressa na organização dos horários de aula. Ao invés de se organizar em horas-aulas fragmentadas, sendo interrompidas a cada cinquenta minuto (50’), propõe os horários estendidos, geminados, ou seja, a carga horária correspondente a cada disciplina fica condensada em “tempo-maior”. Essa organização das horas/aula favorece tanto o pleno desenvolvimento dos conteúdos eleitos com metodologias e interfaces tecnológicas apropriadas a organização das unidades didáticas, como favorece o tempo de amadurecimento/aprofundamento das temáticas em estudo. A intenção é desacelerar os tempos de aula na escola e favorecer, de modo mais consciente, o processo de ensinoaprendizagem.

 A segunda alteração que se faz é na organização das unidades letivas. De acordo com o artigo 23 da LDB 9.394/96 (BRASIL, 2017):

o calendário escolar deverá adequar-se às peculiaridades locais, inclusive climáticas e econômicas, a critério do respectivo sistema de ensino, sem com isso reduzir o número de horas letivas previsto nesta Lei.

Assumindo a garantia de dias/horas de efetivo trabalho pedagógico, como determina a referida lei, o tempo das unidades letivas no Colégio Batista Taylor Egídio está organizado em semestres, perfazendo um total de duas unidades letivas. Essa forma de organização amplia as possibilidades de diagnóstico-mediação-consolidação da aprendizagem, de modo que a avaliação cumpra seu propósito formativo.

A nossa experiência vem mostrando que o tempo na escola “voa”, considerando o fluxo intenso de atividades impulsionadas pelas próprias noções de tempo, espaço e velocidade. Essa lógica temporal, frenética, anunciada pelo mundo moderno e tecnológico acaba por encerrar processos de aprendizagem para cumprir o calendário, quer seja bimestral (considerando quatro unidades letivas), quer seja trimestral (considerando três unidades letivas), sobretudo no nordeste brasileiro que vivencia nos meses de junho os recessos juninos, próprios da cultura regional.

Diante do exposto, fica dito que a ampliação do tempo das unidades é um compromisso que o Colégio Batista Taylor-Egídio assume para acompanhar os processos individuais ao longo do tempo para, somente no fechamento de cada unidade letiva, fazer os registros quantitativos. E, embora os registros de notas aconteçam semestralmente, os conselhos de classe acontecem com frequência bimestral, com datas e horários antecipadamente agendados e publicados nos calendários anuais, abertos aos estudantes e aos seus familiares, a fim de acompanhar e mediar os processos das aprendizagens individuais (cada estudante) e coletivos (a turma). Nos conselhos de classe, cada estudante é analisado de per si. Não há, previamente, critérios gerais para a referida análise porque compreendemos a individualidade e o processo de individuação de cada sujeito (PEREIRA, 2021, p. 30).

 Se por um lado sabemos que essa nova organização do tempo na escola não resolverá os desencontros dos tempos da vida e da escola, pois, como já o dissemos, a vida se constitui em tempo perene, por outro lado estamos convencidos que a organização que vem se cristalizando ao longo dos séculos não tem contribuído com a garantia do direito de estar na escola e aprender com sucesso. Afinal, como nos diz Arroyo (2009, p. 202), “a produção do tempo da escola e a produção do tempo da vida são inseparáveis. Sempre que os significados sociais e culturais da infância, adolescência são recolocados, os tempos da escola são chamados a repensar-se”.

 As duas alterações sobre a organização do tempo no Colégio Batista Taylor-Egídio lhe oportunizam outras práticas inovadoras na educação presencial, híbrida e/ou online.

 Além das duas alterações apresentadas acima, no tocante ao tempo na escola: outros olhares, outros sentidos, outras práticas, o Colégio Batista Taylor-Egídio inova suas ações em tempos pandêmicos e/ou pós-pandêmicos com o oferecimento de recursos viabilizadores de aulas online (no caso de aulas 100% presenciais) para os estudantes comprovadamente impedidos, em casos excepcionais, de comparecerem às aulas presenciais, conforme orienta o Artigo 5º da Resolução nº 44/2021 do CEE – BAHIA.

4.5 PERSPECTIVAS FORMATIVAS EM COMPOSIÇÕES CURRICULARES

Como já dissemos no tópico 4.1 desta seção, nossa compreensão de currículo assume sua polissemia e complexidade. Em diálogo com o corpo legal que regulamenta a educação brasileira, passamos a assumir alguns compromissos curriculares “oficiais”, seguindo as normatizações para os diferentes níveis da Educação Básica.

De acordo com a LDB nº 9.394/96, artigo 26 (BRASIL, 2017),

os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos.

As propostas curriculares, de acordo com a legislação vigente no Brasil, devem ter, obrigatoriamente, conforme o parágrafo 1º do artigo 26 da LDB 9.394/96 (BRASIL, 2017), “o estudo da língua portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente da República Federativa do Brasil”. Também há a obrigatoriedade do ensino da Arte e da Educação Física. A língua inglesa é, obrigatoriamente, ofertada a partir do sexto ano do Ensino Fundamental. Pontuamos que o Colégio Taylor-Egídio oferece o estudo da língua inglesa desde o 1º ano do Ensino Fundamental.

A proposta curricular do Colégio Batista Taylor-Egídio, em consonância com a Resolução CEE/BA n° 23, de 12 de março de 2007, que é complementada pela Lei n° 11.645, de 10 de março de 2008, reafirma seu compromisso em garantir em toda a sua proposta curricular os conteúdos relativos à História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, com destaque para os componentes curriculares de Arte, Literatura e História Brasileiras. Esse compromisso reitera a busca por uma formação para além do foco eurocêntrico e valoriza os verdadeiros protagonistas da história brasileira.

Em conformidade com a LDB 9.394/96, artigo 26, nos parágrafos incluídos pela Lei nº 13.006 de 2014 (BRASIL, 2017), também deve fazer parte da proposta curricular para a Educação Básica,

§ 8º A exibição de filmes de produção nacional constituirá componente curricular complementar integrado à proposta pedagógica da escola, sendo a sua exibição obrigatória por, no mínimo, 2 (duas) horas mensais.

§ 9º Conteúdos relativos aos direitos humanos e à prevenção de todas as formas de violência contra a criança e o adolescente serão incluídos, como temas transversais, nos currículos escolares de que trata o caput deste artigo, tendo como diretriz a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente),observada a produção e distribuição de material didático adequado. (Grifos nossos).

As determinações curriculares apresentadas fazem parte do trabalho pedagógico que vem sendo realizado pela escola nos últimos anos, sobretudo, por entendermos que a formação da pessoa humana requer uma ampliação da compreensão de currículo, como já o dissemos.

No que se refere aos conteúdos relativos aos direitos humanos e as formas de violência contra a criança e ao adolescente, entendemos que se trata de questões sine qua non para o desenvolvimento de trabalho pedagógico alinhado aos princípios cristãos e de epistemologia libertadora nos quais alicerçamos a nossa proposta educativa.

Amparado em sua autonomia institucional, prevista na LDB 9.394/96, artigo 12, inciso I  (BRASIL, 2017), o Colégio Batista Taylor-Egídio assume em sua proposta pedagógica atividades que visam ampliar as possibilidades formativas dos sujeitos, quais são: a Lecção, a Escola do Autoconhecimento, as atividades de Informática (para alunos do Ensino Fundamental e Médio), Cine Escola e Música.

A Lecção – momento de reflexão e de autorreflexão. Prezando a inteireza do ser humano, o Colégio Batista Taylor-Egídio considera que todas as aprendizagens significativas demandam uma pessoa consciente, pensante e focada. Por isso, sistematiza e regimenta 01 hora-aula, semanalmente, em todos os níveis, quer na educação online/híbrida e/ou presencial, destinada à lecção, isto é, à reflexão e à autorreflexão, cujos eixos giram em torno dos temas transversais com o objetivo de contribuir na formação humana dos estudantes como seres inteiros, complexos e multidimensionais. Os referidos eixos objetivam direcionar as atividades curriculares da semana.

A Escola do Autoconhecimento – tendo como matriz legal a BNCC (BRASIL, 2019) e como matriz epistemológica os trabalhos desenvolvidos por Daniel Goleman (s/d), o Colégio Batista Taylor-Egídio propõe como um dos temas transversais perpassadores na base comum do currículo, o estudo sobre as possibilidades de autoconhecimento e exercício do “controle de si”, o qual compreende as relações inter e intrapessoais. O colégio conhece a proposta da escola da inteligência desenvolvida pela equipe do escritor Augusto Cury, inclusive os links que o autor faz com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), mas opta pelas proposições do Daniel Goleman por considerá-lo pioneiro no tema, amparado em pesquisas sérias, com perfil acadêmico comprometido com o ser humano em todas as suas dimensões, sem interesses mercantilistas e/ou mercadológico, que contagia com a cultura do Branding e ultrapassa a cultura da venda e do lucro que o Marketing defende e faz.

Daniel Goleman (s/d) corrobora Howard Gardner (1994). Enquanto este trata da teoria das múltiplas inteligências, inclusive das inteligências pessoais, de maneira abrangente, aquele trabalha, de forma recortada, a inteligência no administrar das emoções, tanto na relação interpessoal, quanto na relação intrapessoal.  É nesta linha que o Colégio Batista Taylor-Egídio se orienta como escola do autoconhecimento.

O capítulo 16 do livro de Daniel Goleman, supracitado, que trata especificamente do Ensinando as Emoções, páginas 275 a 301, serve de texto base à proposta do Projeto Escola do Autoconhecimento do CBTE.    

As atividades de Informática – por sua vez, é um reconhecimento da cibercultura em que os estudantes são essencialmente nativos, por passarem a habitar um mundo já atualizado pelas novas tecnologias da informação e da cultura digital. Com isso, o Colégio Batista Taylor-Egídio, de modo interdisciplinar, estimula e desenvolve atividades que favoreçam esse saber, não pretendendo transformá-lo num componente disciplinar e, desta maneira, sem efeitos de avaliação para progressão de estudos. A intenção com essa atividade curricular é possibilitar o acesso a um conhecimento indispensável para o mover-se no mundo, especialmente quando a educação online/híbrida se impõe como imprescindível. O Sistema Positivo de Ensino fortalece a proposta das atividades de informática com sua plataforma novo positivo on, a qual é amplamente utilizada em todo fazer pedagógico e dialoga convergentemente com Silva (2012).

O Cine Escola – Fazendo cumprir a já referida Lei Federal nº 13.006 de 2014, o Colégio realiza, tanto na educação online/híbrida quanto na presencial, mensalmente, o Projeto Cine Escola. Ao trazer a linguagem cinematográfica para o contexto escolar, coloca-se como possibilidades de diálogos com temas e provocações que suscitam melhor compreensão dos aspectos culturais, históricos, literários e políticos dos diferentes tempos, tornando-se um dispositivo indispensável na formação escolar. Nesse sentido, a seleção dos filmes de longa e/ou curta metragem, bem como os documentários, devem estar associada a um propósito pedagógico e adequado aos tempos, idades e interesses dos estudantes, de modo interdisciplinar e/ou transdisciplinar.

A sessão do Cine Escola tem periodicidade mensal. Acontece na última semana de cada mês, em dias alternados, agendados e anunciados pelo calendário escolar, entregue a cada estudante e aos seus pais no ato da matrícula, conforme orienta o Plano de Matrícula, o qual é revisitado e atualizado a cada ano. Os filmes e/ou documentários são escolhidos de acordo com os níveis, idades, e interesses dos estudantes, a partir das temáticas contemporâneas e pertinentes. Os educadores responsáveis pela sessão fazem os links do assistido com seus respectivos componentes curriculares, potencializando as possibilidades de aprendizagens. Vale pontuar, no entanto, que essa atividade não substitui as opções metodológicas dos docentes que incluem no desenvolvimento de suas aulas a exibição de filmes e documentários, com conteúdos específicos.

Do exposto, o Colégio Batista Taylor-Egídio define suas propostas curriculares, considerando tanto seus propósitos formativos para a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, quanto o atendimento às legislações vigentes.

A Música – na Educação Infantil e no Ensino Fundamental – Anos Iniciais está presente de forma integrada como conteúdo e como suporte em diversas práticas na forma de canções, parlendas, brincadeiras-de-roda e como prática presente nas lecções, entre outras. A música também se faz presente como componente curricular com a duração de uma hora/aula semanal, dentro da Carga Horária do Componente Língua Portuguesa, cuja área de conhecimento é Linguagens. Nesse sentido, a aula de música na Educação Infantil e no Ensino Fundamental – Anos Iniciais procura desenvolver a percepção, execução, criação, representação (notação e registro) e fruição da música, buscando a integração com outros componentes curriculares, sempre que possível.

No Ensino Fundamental – Anos Finais e no Ensino Médio, a música se faz presente como parte do conteúdo do componente curricular Arte e procura desenvolver além da percepção, fruição, execução, registro e criação, também a criticidade e a interação com outras artes e a cultura, além da compreensão de aspectos históricos e sociais. Como parte de atividades complementares na área de música são oferecidos a prática musical na fanfarra, quando presencialmente, sem atribuição de notas, em caráter opcional para os estudantes. Salientamos que o colégio se abre às possibilidades de oferecimento concomitante ao da fanfarra, de aulas musicais nas modalidades coral vocal, coral instrumental e outras.

Como parte dessas possibilidades, no momento presente, se encontra em carácter experimental o oferecimento de aulas de violino e a formação de um grupo da câmara formado pela turma de violinos. Ainda dentro dessas possibilidades, deverá ser implantado, como parte das possibilidades, a prática de flauta doce, em carácter experimental, como parte do conteúdo das aulas de música.

Como todos os outros temas que compõem este Projeto Político Pedagógico, este também se embasa nas legislações vigentes, tanto nas federais quanto nas estaduais.

Outrossim, nessa seção que trata das perspectivas formativas em composições curriculares, entendemos ser necessário pontuar que, além das atividades: Lecção, Escola do autoconhecimento, Informática, Cine Escola e Música, o Colégio Batista Taylor-Egídio, em sua autonomia institucional, propõe os componentes curriculares: Jiu-Jitsu, como opção em turno oposto, em sala própria e sem avaliação com fins de aprovação; e Ensino Religioso como atividade integrada do currículo escolar, “não constituindo elemento presente nos processos pedagógicos de aprovação, retenção, recuperação de estudos e progressão parcial”, conforme orienta a Portaria nº 6562/2016  da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, Artigo 8º.

O Ensino Religioso como atividade integrada do currículo escolar, visa, ainda mais, ampliar as possibilidades formativas dos sujeitos. O referido componente é concebido como espaço de desenvolvimento da espiritualidade, da transcendência do ser, sem nenhuma imposição religiosa. A espiritualidade é compreendida como uma das dimensões do ser humano integral. O esforço é empreendido na tentativa de proporcionar experiências “da razão humana com o divino” como pensava Hegel sobre a Religião Natural em oposição à Religião Positiva

A Religião Positiva compreende o conjunto das crenças, das regras e dos ritos que em uma determinada sociedade e em um determinado momento histórico são impostos aos indivíduos pelo exterior […] que implica sentimentos que vêm impressos nas almas através da coerção e comportamentos que são o resultado de uma relação de comando e de obediência e que são cumpridos sem um interesse direto (HYPPOLITE, in: AGAMBEN, 2005, p.10).

Constitui-se desafio o trabalho com o Ensino Religioso, numa instituição denominacional, como o é o Colégio Batista Taylor-Egídio, a partir da concepção de Religião Natural, contudo o enfrentamos como uma missão libertadora, sem preconceitos e sem imposições.

4.5.1 Proposta Curricular para a Educação Infantil

Considerando a proposta formativa do Colégio Batista Taylor-Egídio e, ainda, as orientações legais voltadas a Educação Infantil e, considerando o conceito de criança, adotado pelo Conselho Nacional de Educação na Resolução CNE/CEB 5/2009, como “sujeito histórico e de direitos, que interage, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura”, ratificamos nesse PPP, conforme a Resolução CNE/CP 02/2017, artigo 10, são direitos de aprendizagem e de desenvolvimento no âmbito da Educação Infantil:

  1. Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas;
  2. Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais;
  3. Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades, propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando em relação a eles;
  4. Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia;
  5. Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens;
  6. Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário.

Desta forma, ainda seguindo a proposta da BNCC já referenciada, a Educação Infantil está organizada em torno dos campos de experiências, assim definidos:

O eu, o outro e o nós

Corpo, gestos e movimentos

Traços, sons, cores e formas

Escuta, fala, pensamento e imaginação

Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.

Esses campos de experiências e suas correspondentes habilidades, as quais se encontram no documento oficial da BNCC, nos ajudam a perspectivar a formação da criança em suas potencialidades, portanto, para nós, é essencial o respeito aos diferentes tempos e ritmos de cada criança, inclusive daquelas singulares que não se encaixam nas características das chamadas “típicas”.

A seguir, apresentamos uma distribuição dos campos de experiências propostos e praticados na proposição de vivências formativas das crianças, na Educação Infantil:

Dias letivos: 200                       Semanas letivas: 40                            Dias Semanais: 05  

N°. de horas/dia: 04                 Hora/aula diária: Módulo de 50 min

GRUPO

CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS

CH SEMANAL

PRESENCIAL

CH SEMANAL

ONLINE

(QUANDO EM NECESSIDADE)

G1

O eu, o outro e o nós

03

02

Corpo, gestos e movimentos

02

01

Traços, sons, cores e formas

03

02

Escuta, fala, pensamento e imaginação

06

03

Espaços, tempos, quantidades e transformações

06

03

G2

O eu, o outro e o nós

03

02

Corpo, gestos e movimentos

02

01

Traços, sons, cores e formas

03

02

Escuta, fala, pensamento e imaginação

06

03

Espaços, tempos, quantidades e transformações

06

03

G3

O eu, o outro e o nós

03

02

Corpo, gestos e movimentos

02

01

Traços, sons, cores e formas

03

02

Escuta, fala, pensamento e imaginação

06

03

Espaços, tempos, quantidades e transformações

06

03

 

G4

O eu, o outro e o nós

03

02

Corpo, gestos e movimentos

02

01

Traços, sons, cores e formas

03

02

Escuta, fala, pensamento e imaginação

06

03

Espaços, tempos, quantidades e transformações

06

03

G5

O eu, o outro e o nós

03

02

Corpo, gestos e movimentos

02

01

Traços, sons, cores e formas

03

02

Escuta, fala, pensamento e imaginação

06

03

Espaços, tempos, quantidades e transformações

06

03

Total de carga horária anual: 800h     Total de Dias letivos: 200h

Carga horária de acordo com a proposta do Sistema Positivo de Ensino (SPE), com base na BNCC.

4.5.2 Proposta Curricular para os anos Iniciais do Ensino Fundamental

ANO

COMPONENTES CURRICULARES

CH SEMANAL

PRESENCIAL  CBTE

CH SEMANAL
PRESENCIAL
(SUGERIDA PELO SPE)

CH SEMANAL ONLINE

(QUANDO EM NECESSIDADE)

 

 

 

 

 

   1º ano

  Arte

01

02

01

Ciências

03

02

02

Educação Física

01

02

01

Ensino Religioso***

Integrada

01

Integrada

Filosofia***

01

01

Geografia

03

02

01

História

02

02

01

Informática***

Integrada

Integrada

Integrada

Lecção***

01

01

Língua Estrangeira (Inglês)***

01

01

01

Língua Portuguesa/ Música***

06

05

03

Matemática

05

05

03

 

 

 

2º Ano

 

 

Arte

01

02

01

Ciências

03

02

02

Educação Física

01

02

01

Ensino Religioso***

Integrada

01

Integrada

Filosofia***

01

_

01

Geografia

03

02

02

História

02

02

02

Informática***

Integrada

Integrada

Integrada

Lecção***

01

01

Língua Estrangeira (Inglês)***

01

01

01

Língua Portuguesa/ Música***

06

05

03

Matemática

05

05

04

 

 

 

3º Ano

Arte

01

02

01

Ciências

03

02

02

Educação Física

01

02

01

Ensino Religioso***

Integrada

01

Integrada

Filosofia***

01

_

01

Geografia

03

02

02

História

02

02

02

Informática***

Integrada

Integrada

Integrada

Lecção***

01

01

Língua Estrangeira (Inglês)***

01

01

01

Língua Portuguesa/ Música***

06

05

03

Matemática

05

05

04

 

 

 

 

4º Ano

Arte

01

02

01

Ciências

03

02

02

Educação Física

01

02

01

Ensino Religioso***

Integrada

01

Integrada

Filosofia***

01

_

01

Geografia

03

02

02

História

02

02

02

Informática***

Integrada

Integrada

Integrada

Lecção***

01

01

Língua Estrangeira (Inglês)***

01

01

01

Língua Portuguesa/ Música***

06

05

03

Matemática

05

05

04

 

 

 

 

 

5º Ano

 

 

 

Arte

01

02

01

Ciências

03

02

02

Educação Física

01

02

01

Ensino Religioso***

Integrada

01

Integrada

Filosofia***

01

_

01

Geografia

03

02

02

História

02

02

02

Informática***

Integrada

Integrada

Integrada

Lecção***

01

01

Língua Estrangeira (Inglês)***

01

01

01

Língua Portuguesa/ Música***

06

05

03

Matemática

05

05

04

Total de carga horária anual: mínimo de 800h

Total de Dias Letivos: Mínimo de 200 dias letivos

Total de carga horária anual CBTE: 960h

Total geral de carga horária para os cinco anos dos ANOS INICIAIS – 4.800h

(***) Os componentes curriculares que compõem a parte diversificada do currículo

4.5.3 Proposta Curricular para os anos finais do Ensino Fundamental

ANO

COMPONENTES CURRICULARES

CH SEMANAL PRESENCIAL  CBTE

CH SEMANAL
PRESENCIAL
(SUGERIDA PELO SPE)

CH SEMANAL ONLINE

(QUANDO EM NECESSIDADE)

 

 

 

 

 

6º ano

 

Arte

02

02

01

Ciências

03

02

02

Educação Física

02

02

01

Ensino Religioso***

Integrada

01

Integrada

Filosofia***

01

01

Geografia

03

02

02

História

03

02

02

Informática

Integrada

Integrada

Lecção***

01

Integrada

Língua Estrangeira (Inglês)***

02

01

01

Língua Portuguesa/Produção Textual

05

05

03

Matemática

04

05

04

Música***

(opcional, em turno oposto, modalidade fanfarra)

02

Integrada

 

 

 

 

7º Ano

 

 

Arte

02

02

01

Ciências

03

02

02

Educação Física

02

02

01

Ensino Religioso***

Integrada

01

Integrada

Filosofia***

01

01

Geografia

03

02

02

História

03

02

02

Informática

Integrada

Integrada

Lecção***

01

Integrada

Língua Estrangeira (Inglês)***

02

01

01

Língua Portuguesa/ Produção Textual

05

05

03

Matemática

04

05

04

 

Música***

(opcional, em turno oposto, modalidade fanfarra)

02

Integrada

 

 

 

 

 

8º Ano

Arte

02

02

01

Ciências

03

02

02

Educação Física

02

02

01

Ensino Religioso***

Integrada

01

Integrada

Filosofia***

01

01

Geografia

03

02

02

História

03

02

02

Informática

Integrada

Integrada

Lecção***

01

Integrada

Língua Estrangeira (Inglês)***

02

01

01

Língua Portuguesa/ Produção Textual

05

05

03

Matemática

04

05

04

 

Música***

(opcional, em turno oposto, modalidade fanfarra)

02

Integrada

 

 

 

9º Ano

Arte

02

02

01

Ciências

03

02

02

Educação Física

02

02

01

Ensino Religioso***

Integrada

01

Integrada

Filosofia***

01

01

Geografia

03

02

02

História

03

02

02

Informática***

Integrada

Integrada

Lecção***

01

Integrada

Língua Estrangeira (Inglês)***

02

01

01

Língua Portuguesa/ Produção Textual

05

05

03

Matemática

04

05

04

 

Música***

(opcional, em turno oposto, modalidade fanfarra)

02

Integrada

Total de carga horária anual: mínimo de 800h

Total de Dias Letivos: Mínimo de 200 dias letivos

Total de carga horária anual CBTE: 1.120h

Total geral de carga horária para os quatro anos dos ANOS FINAIS – 4.480h

(***) Os componentes curriculares que compõem a parte diversificada do   currículo

 4.5.4 Proposta Curricular para o Ensino Médio

1ª SÉRIE

ÁREA DO CONHECIMENTO

COMPONENTES CURRICULARES

CH SEMANAL

PRESENCIAL

CBTE

CH SEMANAL

(SUGERIDA

PELO SPE)

CH SEMANAL ONLINE

(QUANDO NECESSÁRIO)

 

Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias

Arte

01

01

01

Educação Física

02

01

01

Ensino Religioso***

Integrada

—-

Integrada

Iniciação à Pesquisa*** (TCC)

Integrada

—-

Integrada

Informática***

Integrada

—-

Integrada

Lecção***

01

Integrada

Literatura

(Literatura Brasileira)

01

01

01

Língua Portuguesa/Produção Textual

03

03

02

Língua Inglesa

02

02

01

Música***

(opcional, em turno oposto, modalidade fanfarra)

02

Integrada

Matemática

Matemática

04

04

03

Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Biologia

03

03

02

Física

03

03

02

Química

03

03

02

Ciências Humanas e Sociais e Suas Tecnologias

Filosofia

01

01

01

Geografia

02

02

01

História

02

03

02

Sociologia

01

01

01

Itinerário Formativo Integrado

Projeto de Vida

01

01

01

Oficina de Textos

01

01

01

Cultura Digital

01

01

Total de carga horária anual: mínimo de 800h

Total de dias letivos: Mínimo de 200 dias letivos

Total de carga horária semanal – 1ª série do E.M. CBTE: 34 h

Total de carga horária mensal – 1ª série do E.M. CBTE: 136 h

Total de carga horária anual – 1ª série do E.M. CBTE: 1.360 h

2ª SÉRIE

ÁREA DO CONHECIMENTO

COMPONENTES CURRICULARES

CH SEMANAL

PRESENCIAL

CBTE

 

CH SEMANAL

PRESENCIAL

(SUGERIDA PELO SPE)

CH SEMANAL ONLINE

(QUANDO  NECESSÁRIO)

 

 

Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias

Arte

01

01

01

Educação Física

02

01

01

Ensino Religioso***

Integrada

Integrada

Iniciação à Pesquisa*** (TCC)

Integrada

Integrada

Informática***

Integrada

Integrada

Lecção***

01

Integrada

Literatura

(Literatura Brasileira)

01

01

01

Língua Portuguesa/Produção Textual

03

03

02

Língua Inglesa

02

02

01

Música***

(opcional, em turno oposto, modalidade fanfarra)

02

Integrada

Matemática

Matemática

04

04

03

Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Física

03

03

02

Biologia

03

03

02

Química

03

03

02

Ciências Humanas e sociais e suas Tecnologias

Filosofia

01

01

01

Geografia

02

02

01

História

02

02

02

Sociologia

Itinerário Formativo Integrado

Oficina de Textos

01

01

02

Projeto de vida

01

01

Integrada

Cultura digital

01

01

Integrada

Total de carga horária anual: mínimo de 800h

Total de dias letivos: Mínimo de 200 dias letivos

Total de carga horária semanal – 2ª série do E.M. CBTE: 33 h

Total de carga horária mensal – 2ª série do E.M. CBTE: 132 h

Total de carga horária anual – 2ª série do E.M. CBTE: 1.320 h

 

3ª SÉRIE

ÁREA DO CONHECIMENTO

COMPONENTES CURRICULARES

CH SEMANAL

PRESENCIAL

CBTE

CH SEMANAL

PRESENCIAL

(SUGERIDA PELO SPE)

CH SEMANAL

ONLINE

(QUANDO NECESSÁRIO)

 

Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias

Arte

01

01

01

Educação Física

02

01

01

Ensino Religioso***

Integrada

—-

Integrada

Iniciação à pesquisa

Defesa TCC***

01

—-

01

Informática***

Integrada

—-

Integrada

Lecção***

01

—-

Integrada

Literatura

(Literatura Brasileira)

02

01

01

Língua Portuguesa/Produção Textual

03

03

02

Língua Inglesa

02

02

01

Música***

(opcional, em turno oposto, modalidade fanfarra)

02

Integrada

Matemática

Matemática

04

04

03

Ciências da natureza e suas Tecnologias

Física

03

03

02

Biologia

03

03

02

Química

03

03

02

Ciências Humanas e sociais e suas Tecnologias

Filosofia

01

01

01

Geografia

02

02

01

História

02

02

02

Sociologia

01

01

Itinerário Formativo Integrado

Oficina de Textos

01

01

02

Projeto de Vida

01

01

Integrada

Núcleo de estudos

01

01

Integrada

Empreendedorismo

Integrada

01

Integrada

Total de carga horária anual: mínimo de 800h

Total de dias letivos: Mínimo de 200 dias letivos

Total de carga horária semanal – 3ª série do E.M. CBTE: 36 h

Total de carga horária mensal – 3ª série do E.M. CBTE: 144 h

Total de carga horária anual – 3ª série do E.M. CBTE: 1.440 h

TOTAL GERAL DE CARGA HORÁRIA PARA OS TRÊS ANOS

DO ENSINO MÉDIO – 4.120h

(***) Os componentes curriculares que compõem a parte diversificada do currículo.

As Propostas Curriculares do Ensino  Fundamental e do Ensino Médio embasam-se na Proposta do Sistema Positivo de Ensino (SPE), amparado no BNCC.

FONTES OUTRAS:

http://www.fito.edu.br/arquivos/Ensino-Fundamental.pdf

http://www.educacao.al.gov.br/images/matrizes_curriculares_2020.pdf

As propostas curriculares colocadas acima, de todos os níveis, foram analisadas, revistas e confirmadas pelas quatro coordenadoras pedagógicas, juntamente com a secretária escolar, cujos nomes se encontram na apresentação deste documento. Assim, compete à equipe de coordenação e secretaria a coerência na emissão dos históricos escolares de acordo com as propostas e suas respectivas matrizes curriculares.

Outrossim, os históricos escolares serão emitidos com a carga horária de acordo com as horas ministradas quando presencialmente, em conformidade com as matrizes curriculares e com os quadros colocados acima.  A carga horária online apresentada em cada nível supracitado diz respeito apenas às horas síncronas, isto é, quando os docentes estiveram, em tempos de aulas online, em tempo real com os discentes, a complementação da carga horária foi feita nos horários assíncronos, os quais complementaram as 800 horas designadas para os 200 dias do ano letivo. Vale ressaltar que o cômputo de hora/aula online (síncrona e assíncrona) esteve em vigor apenas na educação online. Todo componente curricular, cuja carga horária é integrada quando da educação presencial, também o é na educação online.

A etapa do Ensino Médio, em consonância com o que reza a Resolução CEE/BA 71/2005 (BAHIA, 2005), prevê a presença de estágios supervisionados para alunos regularmente matriculados nas instituições que compõem o Sistema Estadual de Ensino na Bahia. A proposta, de caráter facultativo ao aluno, é de obrigatoriedade de oferecimento pela instituição. Nesse sentido, o Colégio Batista Taylor-Egídio propõe os estágios supervisionados liderados pela coordenação pedagógica, com apoio da equipe docente, a qual faz a formulação e o acompanhamento do projeto de estágio, de natureza interdisciplinar, a ser desenvolvido pelos estudantes a fim de construírem “novas experiências socioculturais ou científicas e participação de situações reais da vida, da cidadania e do trabalho”, conforme reza o artigo 4º da citada resolução.

Os estágios supervisionados de que falam a Resolução CEE/BA 71/2005 (BAHIA, 2005), podem ser nas seguintes modalidades:

I – Estágio Sociocultural – é o conjunto de atividades de que o aluno matriculado na etapa ensino médio participará como elemento implementador de sua formação humanística;

II – Estágio de Iniciação Científica destina-se a introduzir os alunos no domínio dos princípios científicos e tecnológicos, que presidem a produção moderna e regional;

III – Estágio Civil, que assim se diferencia do Estágio profissional, como prática para o exercício da cidadania, abrangerá atividades de inserção do aluno na comunidade, prestando-lhe serviços voluntários de relevante caráter social nos termos do respectivo Projeto Pedagógico.

Entendemos que os estágios supervisionados para os alunos do Ensino Médio cumprem seus objetivos quando alinhados a uma proposta formativa que potencialize o estar no mundo com o mundo, como dito por Paulo Freire no conjunto de suas obras, já anunciadas aqui nesse documento em nossas esperas formativas. Com isso, o nosso esforço para o desenvolvimento deste trabalho se dá, sobremaneira, como uma possibilidade de formação como modos de produzir a própria existência humana.

          Também para o estudante do Ensino Médio, como uma das obrigatoriedades para efeito de integralização curricular, está a construção do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Esse trabalho é resultado de estudos orientados, desde a 1ª série desse nível (quando do oferecimento do Itinerário Formativo – Oficina de Textos), e na 3ª série pelos docentes do Colégio e/ou convidados externos, todos remunerados com 1 hora/aula por semana, no período de março a novembro, cujo objetivo primeiro é incentivar e desenvolver o espírito investigativo na produção de conhecimentos, de modo autoral e ético. Ao concluírem seus trabalhos, os alunos passam por uma banca composta por professores e professoras especialistas, mestres e doutores do ensino superior para que sejam avaliados no sentido de contribuir com os processos formativos e investigativos do pesquisador iniciante, estimulando-o a prosseguir seus estudos numa perspectiva autônoma. Todas as orientações sobre a pesquisa, a construção do texto final e a apresentação do TCC, encontram-se em documento próprio na coordenação e direção do Colégio. Abaixo, fotos das defesas públicas de TCC quando presencial e quando na educação online/híbrida.

4.5.5 Proposta Curricular para o Novo Ensino Médio

O Ensino Médio, terceira etapa da Educação Básica, vem passando por importantes reformas em sua configuração. Tais reformas, ainda em construções, requerem sensibilidade ética e estética, de maneira que quaisquer decisões político-pedagógicas carecem de olhares ampliados e comprometidos.

O Colégio Batista Taylor-Egídio entende a necessidade de reforma nessa etapa de ensino e, a fim de cumprir as orientações legais e, ao mesmo tempo, garantir sua autonomia didático-pedagógica, envida esforços por uma arquitetura curricular social e politicamente comprometida com a formação dos jovens numa perspectiva humana.

De acordo com a  Resolução nº 3, de 21 de novembro de 2018, que atualiza as diretrizes curriculares nacionais para o Ensino Médio, a proposta curricular deve estar assim direcionada:

I – Formação integral: é o desenvolvimento intencional dos aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais do estudante por meio de processos educativos significativos que promovam a autonomia, o comportamento cidadão e o protagonismo na construção de seu projeto de vida;

II – Formação geral básica: conjunto de competências e habilidades das áreas de conhecimento previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que aprofundam e consolidam as aprendizagens essenciais do Ensino Fundamental, a compreensão de problemas complexos e a reflexão sobre soluções para eles;

III – Itinerários formativos: cada conjunto de unidades curriculares ofertadas pelas instituições e redes de ensino que possibilitam ao estudante aprofundar seus conhecimentos e se preparar para o prosseguimento de estudos ou para o mundo do trabalho de forma a contribuir para a construção de soluções de problemas específicos da sociedade;

IV – Unidades curriculares: elementos com carga horária pré-definida, formadas pelo conjunto de estratégias, cujo objetivo é desenvolver competências específicas, podendo ser organizadas em áreas de conhecimento, disciplinas, módulos, projetos, entre outras formas de oferta;

V – Arranjo curricular: seleção de competências que promovam o aprofundamento das aprendizagens essenciais demandadas pela natureza do respectivo itinerário formativo;

VI – Competências: mobilização de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores, para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. Para os efeitos desta Resolução, com fundamento no caput do art. 35-A e no § 1º do art. 36 da LDB, a expressão “competências e habilidades” deve ser considerada como equivalente à expressão “direitos e objetivos de aprendizagem” presente na Lei do Plano Nacional de Educação (PNE).

VII – Habilidades: conhecimentos em ação, com significado para a vida, expressas em práticas cognitivas, profissionais e socioemocionais, atitudes e valores continuamente mobilizados, articulados e integrados;

VIII – Diversificação: articulação dos saberes com o contexto histórico, econômico, social, ambiental, cultural local e do mundo do trabalho, contextualizando os conteúdos a cada situação, escola, município, estado, cultura, valores, articulando as dimensões do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura:

a) o trabalho é conceituado na sua perspectiva ontológica de transformação da natureza, ampliada como impulsionador do desenvolvimento cognitivo, como realização inerente ao ser humano e como mediação no processo de produção da sua existência;

b) a ciência é conceituada como o conjunto de conhecimentos sistematizados, produzidos socialmente ao longo da história, na busca da compreensão e transformação da natureza e da sociedade;

c) a tecnologia é conceituada como a transformação da ciência em força produtiva ou mediação do conhecimento científico e a produção, marcada, desde sua origem, pelas relações sociais que a levaram a ser produzida;

d) a cultura é conceituada como o processo de produção de expressões materiais, símbolos, representações e significados que correspondem a valores éticos, políticos e estéticos que orientam as normas de conduta de uma sociedade.

 Nesse sentido, a proposta curricular para o Ensino Médio, a partir da BNCC, que vem sendo implementada progressivamente, busca uma experiência formativa para os jovens que contemple a sua instrumentalização para a continuidade dos estudos e, ainda, para uma formação ampliada que lhe permita “estar no mundo, com o mundo”, como nos fala Paulo Freire. Assim, amparados no parágrafo primeiro do artigo 7º da Resolução CNE/CEB n.03/2018, das Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio, temos proposto um desenho curricular para as turmas da 1ª, 2ª e 3ª séries. O desenho curricular para o Novo Ensino Médio segue as orientações atualizadas do Sistema Positivo de Ensino (SPE) que é adotado pelo colégio.

Desta forma, apoiados no artigo 6º, inciso III, da Resolução CNE/CEB nº 03/2018, são propostos itinerários que auxiliem os sujeitos em seus percursos formativos favorecendo arranjos curriculares comprometidos com a ampliação das aprendizagens em âmbitos que requeiram maior intervenção pedagógica no sentido de aproximar os sujeitos em suas vivências cotidianas. Assim, esses itinerários foram pensados para atender aos arranjos curriculares propostos pelo Colégio, em consonância com o SPE.

4.6 A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM TEMPOS DE FORMAÇÃO HUMANA

A avaliação da aprendizagem no cotidiano escolar é, para nós, uma atitude ética e política. Política, por entendermos que é uma ação que requer de nós a tomada responsável de decisões, convidando-nos a fazer escolhas sobre os caminhos que devemos/precisamos seguir diante do processo formativo dos educandos, uma vez que tais escolhas podem sair em defesa tanto do sucesso quanto do fracasso da/na aprendizagem de crianças, adolescentes e jovens. No sentido ético, precisamos ter em mente que o resultado de nossas escolhas tem implicações no desenvolvimento dessas crianças, adolescentes e jovens, podendo reverberar (refletir) de diferentes modos em cada uma delas, em seus jeitos de ser, existir e se relacionar com o mundo.

Sabemos que a avaliação é a ação que deve acompanhar e sugerir a mediação didática no sentido da aprendizagem com sucesso. Para Hoffmann (1999, p. 17) “a avaliação é a reflexão transformada em ação. Ação, essa, que nos impulsiona a novas reflexões”. Não temos dúvidas de que a avaliação é imprescindível à melhoria da qualidade da/na formação no âmbito escolar, a qual deve acontecer sistemática e periodicamente durante todo o processo de ensino, iniciando, anualmente, com a avaliação diagnóstica. Com Barlow (2006, p. 13) aprendemos que

avaliar é demarcar o grau de êxito e, ao mesmo tempo, as possibilidades ainda abertas de um ‘ser melhor’, de uma realização. É igualmente dar vazão a um sentido, revelar em uma conduta a parcela de inteligibilidade já adquirida e a que falta adquirir.

No campo legal, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9.394/96, no artigo 24, inciso V (BRASIL, 2017), temos:

V – a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:

a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;

b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;

c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado;

d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;

e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos.

Ainda com base no campo legal, desta feita na Portaria nº 6562/2016 da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, Artigo 2º,

A Avaliação é um dispositivo pedagógico do processo de ensino e de aprendizagem, de caráter investigativo, processual, contínuo, cumulativo e emancipatório contemplando as dimensões qualitativa e quantitativa, tendo como objetivo:

§ 1º Realizar o diagnóstico e o acompanhamento das aprendizagens;

§ 2º Subsidiar o (re) planejamento da prática pedagógica e;

§ 3° Maximizar o aproveitamento escolar.

Ao tratar da prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos, apoiamo-nos em Luckesi, para quem avaliar por si só é um processo qualitativo, o que parece ser uma redundância afirmar a qualidade sobre a quantidade. Sobre o texto da Lei, o autor faz a seguinte consideração:

O uso dos termos “quantitativo” e “qualitativo” no texto da lei referia-se à questão do refinamento dos conhecimentos e das habilidades e não propriamente a uma oposição entre quantidade e qualidade. Em vez de grande quantidade de conhecimentos e habilidades oferecidas pelo ensino, seria mais significativa a oferta quantitativa menor, porém com maior apropriação por meio de variados exercícios de “repetição compreensiva”, “de aplicação”, “de recriação”, assim como, finalmente, “de criação”. Então, o qualitativo expressaria o refinamento da aprendizagem (LUCKESI, 2012, p. 12).

Além do exposto, o pesquisador atenta para o fato da má compreensão que se teve sobre tais aspectos, cujo equívoco conduziu a pensar a avaliação qualitativa como condutas afetivas e as atitudes dos alunos, e a avaliação quantitativa como a aprendizagem dos conteúdos escolares, passíveis de quantificação. Essas considerações do autor nos ajudam a ver e a perspectivar a avaliação no seu sentido efetivamente formativo, portanto, “refinada” na busca de sentidos para o que, o como, e o porquê avaliamos.  Trata-se pensar na avaliação em sua inteireza, inseparável do próprio ato educativo.

Desta forma, na escola, a avaliação assume uma função de investigação dos processos de aprendizagem, cujos dispositivos são sempre complexos e carregados de intencionalidades. Para Agamben (2005, p. 13), dispositivo é qualquer coisa que tenha de algum modo a capacidade de capturar, orientar, determinar, interceptar, modelar, controlar e assegurar os gestos, as condutas, as opiniões e os discursos dos seres viventes. Essa definição de dispositivo nos ajuda a entender que a avaliação é um dispositivo que captura e orienta o processo pedagógico, podendo conduzir a um lugar outro, desejado e perspectivado nos objetivos educativos, intencionalmente planejados.

A já referida Portaria nº 6562/2016 da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, Artigo 3º, orienta que o processo avaliativo do ensino e da aprendizagem deve ser constituído de, no mínimo, 3 (três) atividades avaliativas diversificadas em cada unidade letiva. Considerando que a unidade letiva no Colégio Batista Taylor-Egídio é semestral, o processo avaliativo é composto por 4 (quatro) atividades diversificadas, que visam contemplar as múltiplas inteligências dos estudantes, entendidas como dispositivos avaliativos. Assim entendido, o CBTE define como sendo seus dispositivos avaliativos:

Dispositivos Avaliativos

Objetivo

Atribuição de Valor

01

Educação Integral: Observação da assiduidade e pontualidade no cumprimento dos combinados agendados

Valorizar e garantir a formação da pessoa humana numa perspectiva de educação integral

2,5

02

Situação simulada dos exames de concursos, vestibulares e avaliações externas

Acompanhar a apreensão e compreensão dos conteúdos escolares nas diferentes disciplinas.

2,5

03

Escrita aberta oportunizando a expressão do pensamento de forma livre por meio do sistema de notação gráfica

Acompanhar o desenvolvimento da expressão escrita em situações que requeiram essa forma de comunicação.

2,5

04

Expressão da oralidade e da corporeidade oportunizando a explicitação das aprendizagens por meio da fala e das expressões corporais

Acompanhar o desenvolvimento das expressões oral e corporal em situações que requeiram essas formas de comunicação.

2,5

 

Total

10,0

Dispositivos Avaliativos Adaptados para o Componente Curricular Educação Física – Anos Iniciais – Nível que tem apenas 1 hora/aula semanal prática por turma:

Dispositivos Avaliativos

Objetivo

Atribuição de Valor

01

Educação Integral: Observação da assiduidade e pontualidade no cumprimento dos combinados agendados

Valorizar e garantir a formação da pessoa humana numa perspectiva de educação integral

5,0

02

Expressão da corporeidade e desenvolvimento motor integral.

Acompanhar o desenvolvimento da expressão da corporeidade e do desenvolvimento motor integral.

5,0

 

Total

10,0

Observação para o Dispositivo Avaliativo Escrita Aberta  do Componente Curricular Língua Portuguesa/Produção Textual  – Anos Finais e Ensino Médio:

Dispositivos Avaliativos

Objetivo

Atribuição de Valor

03

Escrita aberta oportunizando a expressão do pensamento de forma livre por meio do sistema de notação gráfica.

Uma escrita aberta por bimestre, totalizando duas no semestre. As duas escritas serão devolvidas para os estudantes.

Acompanhar o desenvolvimento da expressão escrita em situações que requeiram essa forma de comunicação.

Desenvolver a prática da escrita do gênero trabalhado no bimestre, salientando as questões gramaticais trabalhadas.

1,25

+

1,25

=

2,5

Estes dispositivos avaliativos são aplicados em todos os componentes curriculares por todos os docentes, em todos os níveis, quer no exercício da educação presencial, híbrida e/ou apenas online. Compondo o dispositivo nº 1, Educação Integral, os estudantes, no exercício da autogestão e do cumprimento das atividades propostas, respondem a todos os exercícios dos cadernos e módulos impressos, os quais recebem os vistos dos docentes.

Salientamos que o dispositivo avaliativo nº  2 – Situação simulada, no caso dos níveis: Ensino Fundamental – Anos Finais e Ensino Médio que objetiva simular situações dos exames de concursos, vestibulares e avaliações externas, são construídos e aplicados somente pelos docentes dos respectivos componentes curriculares, em horas e dias marcados pela coordenação, após a construção do mapa geral de cada turma, conforme explicitado nos parágrafos abaixo.

Quanto ao dispositivo nº 3, Escrita aberta, os estudantes expressam-se por meio da notação gráfica. Os docentes fazem as correções das escritas e deixam suas contribuições sobre ortografia, sintaxe, construção textual, independentemente do componente curricular ministrado e do conteúdo disciplinar trabalhado. Leitura e escrita perpassam todas as áreas do conhecimento; evidentemente que neste quesito a ética docente disciplinar é mantida e os estudantes serão pontuados e/ou subtraídos em suas notas, se o docente acordar previamente.

Os dispositivos: Situação Simulada e Escrita aberta, na medida em que se fazem, extremamente necessário, para fins pedagógicos facilitadores das aprendizagens, suas aplicações podem ser fragmentadas. Melhor dizendo: os conteúdos poderão ser distribuídos em mais de uma atividade.

O dispositivo avaliativo nº 4 – Expressão da oralidade e da corporeidade, embasa-se na proposição de Pereira (2021, p. 149) quando defende outra possibilidade de avaliação: Aprender para dizer.

A variedade de dispositivos pedagógicos objetiva contemplar as múltiplas inteligências humanas. Assim, o desenvolvimento das diferentes e múltiplas inteligências será oportunizado aos educandos, sem privilégio para umas em detrimento de outras, por isso pesam igualmente 2,5 (dois e meio).

Para organizar e fazer acontecer, a contento, a avaliação da aprendizagem em tempos de formação humana, conforme defendida nesta seção, durante a primeira semana letiva de cada semestre, os docentes fecham seus planejamentos de forma articulada, interdisciplinar, num movimento dialético entre as pessoas e os currículos envolvidos e traçam o calendário de culminâncias dos dispositivos com a finalidade de evitar sobrecargas sem significados para os estudantes.

Após o referido planejamento, os docentes do Ensino Fundamental – Anos Finais e do Ensino Médio entregam seus calendários às coordenações pedagógicas que fazem o mapa geral de cada turma para divulgação entre os estudantes e seus familiares[1]. Quanto ao planejamento da aplicação dos dispositivos no Ensino Fundamental – Anos Iniciais, não é socializado entre os estudantes nem com seus familiares porque trabalhamos na perspectiva de avaliação contínua sem marcação de momentos “estanques” e esperamos num espaço de tempo não tão grande, alargar esta perspectiva para o fundamental – Anos Finais e o Médio.

A avaliação da aprendizagem em tempos de formação humana defendida nesta seção, se aplica na íntegra quando presencialmente e é adaptada quando na educação online/híbrida.

Embora a nossa proposta esteja organizada num registro semestral de notas de aproveitamento de aprendizagens, a direção, juntamente com a equipe pedagógica, consciente da avaliação como acompanhamento do processo de aprendizagem das crianças, dos adolescentes e dos jovens, reúne, como já dito anteriormente, os conselhos de classe ao final de cada bimestre para avaliação e intervenção, especialmente com foco nas seguintes categorias: postura discente, assiduidade e pontualidade no cumprimento das propostas de cada dispositivo e aprendizagem “escolar” ou dos “conteúdos escolares”.

E, para fechar, em forma de síntese, todas as aprendizagens de cada ano letivo, o Colégio realiza o momento do dizer o aprendido, na perspectiva do Aprender para dizer (PEREIRA, 2021, p. 149), com o zênite final, geralmente no mês de novembro, quando os estudantes se organizam, liderados pelos docentes, com Feira do Conhecimento, Papos Poéticos, Papinhos, Peças Teatrais etc., e (re)apresentações dos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs), em forma de banners, cards ou oralmente.

O esboço do Projeto zênite final com sua justificativa para ser culminado no término de cada ano letivo, encontra-se nas mesas das coordenações e nos arquivos da direção. Esse Projeto, além dos seus objetivos anuais, de acordo com os temas eleitos, tem também como objetivo primordial uma efetiva prática interdisciplinar. Essa prática é explicitamente citada no que tange às atividades de informática, do cine escola, dos estágios do Ensino Médio e nos planejamentos docentes. Contudo, diante das demandas humanas, sociais e estruturais do sistema de ensino e de avaliação nacional, urge que a interdisciplinaridade perpasse todas as ações pedagógicas, independentemente dos componentes curriculares, conforme proposto pela Base Nacional Comum Curricular ao tratar do currículo (BRASIL, 2019, p. 16): decidir sobre formas de organização interdisciplinar dos componentes curriculares e fortalecer a competência pedagógica das equipes escolares para adotar estratégias mais dinâmicas, interativas e colaborativas em relação à gestão do ensino e da aprendizagem.

Sendo assim, mantendo a ética e os limítrofes disciplinares, especialmente no tocante às questões relacionadas à escrita padrão, exigida em todo território nacional e comum a todas as áreas do conhecimento, conforme já foi pontuado quando tratamos do dispositivo avaliativo nº 3, reafirmamos: toda ação pedagógica do Colégio se importará em orientar e solicitar a referida escrita em todas as produções dos estudantes. O papel dos docentes da área de linguagem/linguística/gramática/produção textual é de suma importância, no entanto o que se agrega a estes aprendizados (interdisciplinarmente) é sempre benquisto e ajuda a eliminar os vícios e os equívocos da escrita padrão utilizada em todos os componentes curriculares.

[1] Neste parágrafo, referimo-nos apenas aos docentes do ensino fundamental – Anos Finais e do Ensino Médio porque na educação infantil e no ensino fundamental  – Anos Iniciais o mapa geral é feito sem, contudo, as datas da Situação simulada e a da Escrita aberta serem divulgadas para os estudantes e seus familiares.

4.6.1  Refazendo os caminhos: a processualidade dos estudos de recuperação

A proposta de sistematização dos dispositivos avaliativos, que apresentamos nessa seção, nos leva a confirmar e a nos responsabilizarmos pelo processo de recuperação paralela ao longo de todo o percurso formativo, ou seja, durante a caminhada de construção do conhecimento, concomitantemente ao desenrolar de cada dispositivo. Por isso, os dispositivos devem se fragmentar, conforme já dito anteriormente.

Com isso, acordamos com o corpo docente que, durante cada semestre, após a culminância de cada um dos dispositivos, todo educador debruçar-se-á reflexivamente diante dos casos dos estudantes que, porventura não tenham alcançado o êxito de aprendizagem esperado e, consequentemente, não tenha obtido o valor atribuído a cada proposta. Após a referida reflexão, o educador, apresentará uma outra possibilidade avaliativa com o mesmo objetivo do dispositivo, dando assim oportunidade de recuperação paralela ao período letivo.

 Ainda assim, na possibilidade dos estudantes não alcançarem a média escolar seis (6,0) anual definida em Regimento, serão garantidas aulas e atividades de recuperação final, no último mês do ano letivo. Essas aulas poderão ser ministradas pelos docentes responsáveis pelos componentes curriculares, por convidados externos ou, ainda, os estudantes (e/ou seus responsáveis) poderão optar pelo estudo autônomo, utilizando aulas online gravadas e disponíveis nas plataformas educacionais. Quanto a aplicação das avaliações de recuperação, poderão ser aplicadas pelas coordenações pedagógicas e/ou docentes, as mesmas também podem elaborá-las e corrigi-las a partir do banco de questões disponíveis nas plataformas digitais utilizadas pelo Colégio.

Considerando o artigo 24, inciso V, alínea “e” da LDB 9.394/96 que orienta sobre os estudos de recuperação e deixa a cargo de cada instituição de ensino discipliná-la em seus regimentos, o Colégio Batista Taylor-Egídio, garantirá as aulas e as atividades de recuperação final referidas no parágrafo anterior, durante duas semanas consecutivas, isto é, duas semanas letivas, apresentadas no calendário escolar desde o momento da matrícula. Durante os referidos dias, as aulas e as atividades de recuperação da aprendizagem, quando presencialmente, serão ministradas e realizadas nos mesmos dias e horários de cada componente curricular, conforme o horário do ano em voga.

Temos por certo que recuperar não é refazer o processo por repetição, o que significa dizer que os alunos que necessitarem de recuperação final, quando em aulas presenciais, se não optarem por estudar pelas plataformas digitais educacionais, deverão ter garantidas metodologias ainda mais diversificadas de modo que a aprendizagem efetivamente se concretize. Então, utilizando-se dos dispositivos avaliativos não conquistados ao longo do ano, o aluno será reavaliado a fim de acompanhar a evolução do processo de aprendizagem e será aprovado se obtiver a média cinco (5,0) regimentada para a recuperação final. Independentemente da nota obtida no processo de recuperação final, nos documentos oficiais do estudante aprovado, constará, no máximo a média seis (6,0).

Os estudos para recuperação das aprendizagens insatisfatórias ocorrem simultaneamente, no pari passu do desenvolvimento de cada dispositivo. Ao construir a aprendizagem objetivada, o educando tem direito ao valor que foi atribuído, a priori, ao dispositivo em foco, conforme a LDB 9394/96 – Art. 24, inciso VI, alínea e (BRASIL, 2017). O educando que obtiver média 5,8 anual, esta será automaticamente aproximada para 6,0.

Repetindo: Terá aulas e fará recuperação final o educando que não alcançou a média 6,0 (seis) anual, devendo o mesmo atingir na recuperação supracitada, a nota mínima de 5,0 (cinco) para efeito de progressão acadêmica. Essa média final será o resultado de: dois (2) pontos alusivos a um trabalho escrito (na ou fora da escola) seguido de defesa oral e oito (8) pontos alusivos a uma avaliação escrita, contendo de dez (10) a quinze (15) questões mescladas entre objetivas e discursivas. Independentemente da nota obtida no processo de recuperação final, nos documentos oficiais do estudante aprovado, constará, no máximo a média seis (6,0).

Outrossim, esclarecemos que no nível da Educação Infantil não perspectivamos a recuperação final porque nesse nível está excluída qualquer possibilidade de reprovação. De acordo com a Portaria nº 6562/2016  da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, Artigo 6º,

O estudante da Educação Infantil terá seu desenvolvimento avaliado por meio de observação e registros diversos, sem o objetivo de seleção, promoção, classificação e retenção.

 No nível do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, que compreende do 1º ao 5º ano, trabalhamos a recuperação final; mas especialmente nos três primeiros anos, sem perspectiva de reprovação uma vez que consideramos os tempos individuais, acompanhamos e fazemos intervenções durante todo o percurso letivo. Dessa forma, “pacientemente”, caminhamos ao lado (e com) as crianças.

O dito no parágrafo anterior excetua os casos de ausências máximas, sem direito aos estudos domiciliares. Estes, constituem-se direito dos estudantes impossibilitados, segundo comprovação médica e/ou quaisquer outras autoridades, de frequentarem assiduamente a escola. O direito aos estudos domiciliares contempla todos os níveis oferecidos pelo Colégio Batista Taylor-Egídio.

Os estudos domiciliares de que trata o parágrafo anterior se amparam legalmente no DECRETO-LEI Nº 1.044, de 21 de outubro de 1969, atualizado pela LEI Nº 6.202 de 17 de abril de 1975 da Coordenação de Estudos Legislativos (CEDI) da Presidência da República e pelo PARECER N.º CEB 31 do Conselho Nacional de Educação da CEB, aprovado em 03.07.2002.

Nessa perspectiva de regime especial de trabalho domiciliar, calçado legalmente, o Colégio Batista Taylor-Egídio assume esta responsabilidade e amplia suas bases utilizando a concepção de preceptoria conforme postulada nos escritos de J. J. Rousseau (2004). Desta forma, tanto em tempos “normais” quanto em tempos pandêmicos, quando necessário, os estudantes são atendidos em seus lares quer presencialmente, quer pelo uso das tecnologias.

A preceptoria é entendida pelo Colégio Batista Taylor-Egídio como um exercício educacional legítimo de acompanhamento ao processo de ensinoaprendizagem. O (a) preceptor (a) é um (a) dos docentes do quadro pedagógico que orienta as aprendizagens no espaço escolar e, em casos necessários, estende suas práxis pedagógicas para além dos horários formais das aulas, podendo atender e acompanhar os (as) estudantes no próprio colégio e/ou em suas residências, a depender das demandas circundantes, tanto em tempos “normais”, quanto em tempos pandêmicos.

Na avaliação da aprendizagem em tempos de formação humana, no Colégio Batista Taylor-Egídio, também estão incluídas as avaliações externas organizadas e aplicadas pelos poderes públicos educacionais nas esferas nacionais, estaduais e municipais. Ainda sob a concepção humana, libertadora, amorosa e promotora da pessoa, o CBTE aplicará a recuperação do primeiro semestre letivo, no primeiro mês de aula do segundo semestre. Trabalho coordenado pelo setor de coordenação pedagógica. Desta forma, fará cumprir a Resolução Nº 44/2021 do CEE-BA, Artigo 4º, incisos IV: “Organização de programas de recuperação de estudos”.

Outra perspectiva avaliativa progressista e libertadora praticada no Colégio, quando em casos de comprovada necessidade, é a reclassificação dos estudantes, conforme apontada pelo primeiro parágrafo do artigo 23 da LDB 9.394/1996: “a escola poderá reclassificar os alunos, inclusive quando se tratar de transferências entre estabelecimentos situados no País e no exterior, tendo como base as normas curriculares gerais”, obedecendo aos critérios do artigo 24 da mesma LDB:

Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organi­zada de acordo com as seguintes regras comuns:

...

II – a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do ensino fundamental, pode ser feita:

  1. a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou fase anterior, na própria escola;
  2. b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas;
  3. c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação feita pela escola, que defina o grau de desenvolvimento e experiência do candidato e permita sua inscrição na série ou etapa adequada, conforme regulamentação do respectivo sistema de ensino;

V – a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:

a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com pre­valência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;

b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso es­colar;

c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado;

d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;

e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem dis­ciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos (BRASIL, 1996).

A reclassificação de que trata os parágrafos anteriores seguirão as legislações em vigor e não se aplicarão a estudantes da casa reprovados e/ou desistentes. Em casos arbitrários e em tempos de educação totalmente online, cada caso será analisado de per si e estudado juntamente com os familiares dos estudantes. 

Outra dimensão do processo avaliativo no Colégio Batista Taylor-Egídio é a oportunização de uma segunda chamada para a realização da atividade avaliativa à qual o estudante não tenha realizado na data prevista por motivo de doença, luto ou casos comprovados de força maior. Conforme o Regimento Escolar, a segunda chamada tem seus critérios próprios e, independentemente da justificativa e da modalidade educacional: presencial, híbrida ou totalmente online, há uma taxa monetária a ser paga pelos familiares na tesouraria do Colégio.

4.7 FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UMA AÇÃO CONTINUADA 

A formação dos professores no Colégio Batista Taylor-Egídio constitui-se uma ação continuada durante todo o período do ano letivo. Os encontros pedagógicos quinzenais, liderados pelas coordenações pedagógicas, são espaços legítimos de formação em serviço. Nesses espaços, as demandas educacionais emergidas do cotidiano impõem-se como problemáticas e objetos de estudo.

Cada nova situação suscita nova pesquisa e busca de amparo epistemológico. As situações-problema socializadas são repartidas entre o corpo docente; cada educador se aprofunda em uma subárea e, a cada Jornada Pedagógica, os estudos são socializados, discutidos, convergidos e divergidos num verdadeiro movimento de diálogo.

A orientação dos referidos estudos está sob a responsabilidade da direção geral do colégio, que busca incrementações junto às coordenações pedagógicas. A intencionalidade do colégio é o aprofundamento teórico do seu corpo docente, por isso os próprios professores moderam os estudos. Contudo, a cada ano, pelo menos uma pessoa externa é convidada para conduzir a formação continuada. No momento presente, o colégio considera a necessidade de aprofundamento nos seguintes temas:

  • Autoconhecimento docente;
  • Planejamento na educação;
  • História da Casa de Educação Taylor-Egídio;
  • Sala de aula invertida;
  • Ensinoaprendizagem significativa;
  • Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) e as interfaces pedagógicas;
  • Inclusão escolar plena e irrestrita como direito de todo cidadão;
  • Aspectos qualitativos e aspectos quantitativos considerados para fins avaliativos;
  • Recuperação paralela concomitante ao percurso do ensinoaprendizagem;
  • Percepções sobre o tempo dentro do espaço escolar;
  • Os diferentes tempos de aprendizagem;
  • Tempo Real de Aula e a legislação;
  • Interdisciplinaridade a partir do eixo das lecções;
  • O ensinoaprendizagem por pesquisa;
  • Dispositivo avaliativo: busca de esclarecimentos para a prática;
  • Aprender para dizer: outra possibilidade avaliativa;
  • Funções mentais superiores, linguística e observância do turno de fala;
  • Pilares técnico-pedagógicos da educação tayloregidiana;
  • Múltiplas inteligências, com enfoque na inteligência emocional.

Além de todos esses temas elencados, e visando obedecer ao disposto no Artigo 1º, inciso VI, da Resolução CEE Nº 44/2021, o CBTE ofereceu formação continuada específica com o objetivo de preparar os docentes para o enfrentamento dos desafios impostos durante o retorno à presencialidade dos discentes, mormente o que se afigurou como vinculado aos aspectos das seis alíneas do referido inciso.

Abaixo, alguns momentos da formação docente online:

Outrossim, cada formação é devidamente registrada, por meio de frequência própria, com as assinaturas dos docentes presentes e com a carga horária da oficina ou curso ministrado. Ao comprovar, com os certificados emitidos pelo colégio, uma carga horária de 120 horas, o docente tem direito a um acréscimo de 2% em seu salário base. Cada certificado é contado apenas uma vez, apresentado à coordenação pedagógica que contabilizará e encaminhará à tesouraria, onde suas cópias são arquivadas.

A secretaria do colégio confere os certificados aos docentes, devidamente assinados pela própria secretaria e pela direção, constando de sua carga horária anual individual. Assim, o colégio fortalece a política de valorização da formação profissional, uma vez que já reconhece e gratifica os certificados de pós-graduação lato sensu e stricto sensu.

Toda equipe docente e dos servidores de modo geral, que recebe os cuidados de uma política de formação continuada respeitosa e valorizadora, a cada dois anos, é também avaliada pelo corpo discente e pela comunidade representada pelos responsáveis dos estudantes. Igualmente, a cada dois anos, toda equipe lê, analisa e assina (ou não) o Termo de Compromisso para com o colégio, com fins de continuidade do contrato de trabalho.


Todas as singularidades educacionais que compõem este Projeto Político Pedagógico e suas bases epistemológicas encontram-se em forma de resultado de pesquisas publicadas no livro: Educação: movimentos e abrangências a partir da casa Taylor-Egídio. 1 ed. Jaguaquara – Bahia: Edições Taylor-Egídio, janeiro, 2021, da autoria da Profa. Sonilda Sampaio Santos Pereira.

Para consultar os anexos ultilize  clique aqui para a versão em PDF do PPP CBTE – 2022

Jaguaquara, 1º de março de 2022 (versão atualizada)

Jaguaquara, 1º de maio de 2021 (segunda versão)

Jaguaquara, 26 de junho de 2019 (primeira versão)


REFERÊNCIAS

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